A enfermeira-chefe da Secretaria Municipal da Saúde, Paola Brendler, denunciou ter sido vítima de homofobia nesta sexta-feira. De acordo com a profissional da área de Saúde, o ataque ocorreu durante seu trabalho em uma instituição que cuida de pessoas idosas. “Uma situação chata ocorreu comigo. Estou passando por uma situação bem deliciada. Uma pessoa mau-caráter anda difamando a minha casa de repouso. Tenho uma casa de idosos que eu amo”, refere ao local onde já atua por mais de 15 anos, segundo detalha em um vídeo que divulgou nas redes sociais. “De alguns meses para cá, anda aparecendo uma pessoa que está tentando nos prejudicar. Já tive com meu sócio para provar e provei na Justiça. Já esclareci via judicial”, complementa Paola.
Na sequência, a enfermeira-chefe relata o ataque homofóbico. “Estava trabalhando. Essa pessoa e seu marido se revoltaram de uma maneira vindo a mim, tentando me atingir. Me chamaram de ‘machorra’. Pessoas que se dizem tão esclarecidas. Muita gente estava ouvindo. Fiquei sem reação”, descreve Paola. ” Fiquei desestabilizada”, acrescenta na gravação.
Encaminhando o fim do vídeo, a profissional não consegue mais segurar o choro. “Homofobia é crime. Respeito todo mundo. Assim não… Estou trabalhando. Faço tudo o que posso com amor e carinho. Amo o que faço”, desabafa. “Nunca tinha passado por isso. Homofobia é crime. A gente precisa falar. É um desabafo… Como pessoas conseguem ser mau-caráter e te atingir…”, externa Paola. “Não estou sozinha. Não sou sozinha. Não vamos nos calar. Respeito”, finaliza sem mais detalhes das circunstâncias ou identificar autores do ataque homofóbico, mas assegurando que iria tomar providências a respeito.
Confira o vídeo na sua íntegra:
Saiba mais
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia, determinando que a conduta passasse a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89). Assim, constitui crime praticar,
induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual de qualquer pessoa. A pena pode variar de um a três anos, mais multa, podendo chegar a cinco anos se houver divulgação do ato homofóbico em meios de comunicação, como nas redes sociais.