Maria Bethânia faz sua primeira live neste sábado (13). A transmissão será a partir das 22 horas, no Globoplay, e será aberta para não assinantes. Reconvexo, As Canções Que Você Fez Pra Mim, Carta de Amor e Sonho Meu são alguns dos clássicos, além de músicas inéditas que vão estar no repertório.
A escolha pelo 13 de fevereiro não é por acaso. Ao contrário, está cheio de significados para a cantora de 74 anos. Foi neste dia, em 1964, que ela estreou o show Opinião, marco inicial de sua carreira profissional, e em 2016, o dia em que desfilou como campeã pela Mangueira com o samba enredo em sua homenagem.
Bem verdade que Bethânia era uma das únicas que não tinha se rendido às lives, formato que ficou muito popular em 2020 por conta da pandemia de Covid-19.
Serviço
- Quando: Sábado (13) às 22 horas
- Onde: Globoplay – Transmissão aberta para não assinantes
Conheça mais de Maria Bethânia
Maria Bethânia Viana Teles Veloso. Ou apenas Maria Bethânia, como é mais conhecida pelos brasileiros e fora do país. Nasceu em Santo Amaro, no dia 18 de junho de 1946. Cantora, compositora e poetisa, é também apelidada de Abelha Rainha da MPB ou simplesmente Rainha da MPB.
Na juventude, Maria Bethânia participou de peças teatrais ao lado de seu irmão, o também cantor e compositor Caetano Veloso, e de outros cantores icônicos. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou sua carreira musical substituindo a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião. No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora RCA e lançou seu homônimo álbum de estreia.
Com mais de 26 milhões de discos vendidos ao longo de mais de 50 anos de carreira, Bethânia foi eleita em 2012, pela revista Rolling Stone Brasil, como a quinta maior voz da música brasileira.
Bethânia mudou-se para o Rio de Janeiro sozinha aos 17 anos, em 1963. Tendo sempre morado sozinha, há algumas décadas vive em sua residência, localizada em um bairro afastado da Zona Oeste do Rio de Janeiro, próximo a bastante natureza, bem como distante da agitação carioca comum. Muito discreta, a cantora não é vista com frequência em eventos sociais. Em agosto de 2019, durante uma entrevista ao programa Conversa com Bial, Bethânia confirmou que teve um romance com o cantor Fábio Júnior no passado. Foi uma das raras vezes que confidenciou algo de sua vida particular. Definiu a relação como “bom demais”. Maria Bethânia revelou ainda que seu primeiro amor foi o diretor Augusto Boal.
A cantora não possui filhos. Em um entrevista em 2012, revelou que isso não a frustra, pelo contrário, suas energias sempre esteve focada no trabalho. “Deus não me deu nem filhos, só me deu o meu trabalho, e é a ele que dedico cada minuto da minha vida. Se choro, guardo a minha lágrima para quando for cantar; se namoro, o prazer do namoro será para utilizar quando for trabalhar. É tudo assim. Tudo é o meu trabalho”, enfatizou Bethânia.
Lives
No ano das lives, 2020 teve oito das dez transmissões ao vivo de música com maior audiência no YouTube com artistas do Brasil. Marília Mendonça fez o show ao vivo mais assistido do ano, com 3,3 milhões de visualizações simultâneas.
A cantora ficou à frente do fenômeno sul-coreano BTS e do tenor italiano Andrea Bocelli, os dois nomes internacionais na lista. Além da liderança, Marília também ocupa a 8ª posição no ranking – ela é a única a aparecer duas vezes.
Veja, abaixo, a lista de lives mais assistidas do mundo em 2020 no YouTube
Marília Mendonça – #LiveLocalMariliaMendonca (8 de abril): 3,31 milhões de visualizações
Jorge & Mateus – Live na Garagem (4 de abril): 3,24 milhões de visualizações
Andrea Bocelli (12 de abril): 2,86 milhões de visualizações
Gusttavo Lima (11 de abril): 2,77 milhões de visualizações
Sandy & Junior (21 de abril): 2,55 milhões de visualizações
Leonardo – #CabareEmCasa (1º de maio): 2,52 milhões de visualizações
BTS (18 de abril): 2,31 milhões de visualizações
Marília Mendonça – #TodosOsCantosDeCasa (9 de maio): 2,21 milhões de visualizações
Henrique & Juliano (19 de abril); 2,06 milhões de visualizações
Bruno e Marrone (16 de maio): 2,05 milhões de visualizações
Prejuízos
Sentiram no bolso a paralisia do mercado 86% dos 883 músicos, compositores, intérpretes, produtores e outros profissionais da música que responderam ao questionário e representam, com margem de erro de cinco pontos, o universo musical nacional. E um número similar, 83%, não pretende abandonar sua carreira. Os dados são da Pesquisa Músicos e Pandemia, da parceria entre a UBC com o cRio, o think tank da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Segundo o estudo, o perfil desses profissionais, condizente com a média nacional, é majoritariamente de homens (85%), de 31 a 50 anos (52%) e com ensino médio (29%) ou superior (28%). Instrumentistas, cantores e compositores são os profissionais mais comuns da cadeia produtiva, e a faixa de renda mínima que eles disseram necessitar para se manter varia, sobretudo, entre R$ 2 mil (24%) e R$ 3 mil (20%). Entre todos, 56% trabalham unicamente com a música, preocupantes 30% disseram ter perdido toda a sua renda durante a pandemia, e 56% disseram não ter qualquer renda (ou só 10%) oriunda de apresentações ao vivo durante a pandemia.
As carreiras mais prejudicadas pela pandemia foram as de instrumentistas (49%), intérpretes (49%) e compositores (35%), seguidas por produtores fonográficos (25%) e, em menor medida, arranjadores, professores de música, empresários, empregados de editoras e selos e roadies.
Sobre a faixa de renda mínima para sobreviver, as pessoas que responderam à pesquisa disseram, majoritariamente, que precisam de entre R$ 2 mil (24%) e R$ 3 mil (20%) mensais.
Um dado esperançoso: entre os que disseram que diversificarão suas áreas de atuação sem deixar a música (53%) e os que a manterão como sua única fonte de renda (30%), a esmagadora e resiliente maioria de 83% garantiu que seguirá na área. Mas 15% pretendem diminuir a atuação na música e abraçar outras áreas paralelamente. “Isso casa com os 33% que já tinham outra atividade fora da música antes da pandemia. As pessoas que se enveredam por essa difícil escolha da música como profissão têm, sobretudo, um grande amor pela arte. Enfrentam as dificuldades, não conseguem se manter totalmente com ela, mas não desistem”, analisa Giovani Marangoni, coordenador da pesquisa.
Para ele, os resultados permitem constatar uma vinculação muito grande dos artistas da música com os shows. “Como essa atividade foi a primeira a parar e está sendo a última a voltar durante a pandemia, o impacto financeiro sobre o setor é muito grande. Outra coisa que percebemos é que muitos passaram a fazer lives, acreditando que ganharão dinheiro com isso.”
Isso se deveria às vaquinhas virtuais e a outros canais de contribuição direta do público ligados às transmissões. “26% disseram que artistas de média ou grande popularidade poderão ganhar dinheiro com as lives. Os grandes a gente entende, por conta das suas estruturas. Mas 14% incluíram também os pequenos entre os potenciais beneficiados. Há um encaminhamento acontecendo, que permite a artistas não vinculados a grandes selos terem suas produções inseridas no mundo digital, também nas grandes lojas. Os músicos de pequeno porte também podem estar lá. É o princípio de uma abertura, ainda não uma democracia, mas já um início de entrada.”
Diretor-executivo da UBC, Marcelo Castello Branco também destacou o componente educativo e informativo do trabalho. “Os efeitos devastadores da pandemia fizeram muitas vítimas na cadeia produtiva da música. A pesquisa retrata isso e suas perspectivas futuras. Temos que seguir olhando para a frente, construindo soluções coletivas e solidárias. São estes a prioridade e o olhar da UBC.”
Para Marangoni, coordenador da pesquisa, os resultados permitem constatar uma vinculação muito grande dos artistas da música aos shows. “Como essa atividade foi a primeira a parar e está sendo a última a voltar durante a pandemia, o impacto financeiro sobre o setor é muito grande. Outra coisa que percebemos é que muitos passaram a fazer lives, acreditando que ganharão dinheiro com isso. Mas uma boa parte crê que quem mais lucrará serão os grandes nomes do mainstream.”
Ainda de acordo com Marangoni, é interessante destacar que mais de 80% não pretendem abandonar a música apesar das dificuldades, um sinal inequívoco de resiliência. Mas 15% pretendem diminuir a atuação na música e abraçar outras áreas paralelamente. “Isso casa com os 33% que já tinham outra atividade fora da música antes da pandemia. As pessoas que se enveredam por essa difícil escolha da música como profissão têm, sobretudo, um grande amor pela arte. Enfrentam as dificuldades, não conseguem se manter totalmente com ela, mas não desistem.”