Crédito: Cleiton Ramão/Irga
A safra 2021/2022 está sendo marcada pela presença da La Niña, pelo segundo ano consecutivo. Geralmente, a La Niña traz períodos de estiagem ao Rio Grande do Sul, principalmente no período da primavera. De acordo com levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz, é exatamente o que está ocorrendo nesta safra. Aliás, em termos de estiagem e déficit de precipitação, esta é a terceira safra consecutiva, pois mesmo a safra 2019/2020 ter sido de neutralidade, observou-se um período de estiagem muito intenso durante aquele verão. E isto tudo possui reflexos na agricultura do RS, pois são praticamente três anos em que os nossos solos não recebem o volume de chuvas adequado para repor os lençóis freáticos, rios e reservatórios.
As consequências disso, na safra 2021/2022 são as perdas, já consideradas irreversíveis, na maioria das lavouras de milho. Nas lavouras de soja, muitas já foram ressemeadas, na esperança das chuvas, e outras ainda nem foram semeadas. No caso das lavouras de arroz, o que preocupa é o nível dos reservatórios, que estão baixando rapidamente, devido à elevada demanda por irrigação das lavouras e, também, devido às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos, que fazem aumentar a evaporação da água.
Com relação às previsões, estas não são muito animadoras, pois, devido à La Niña, os modelos indicam que as chuvas devam ser abaixo da média nos próximos 3 meses. A exceção, e também esperança, é o mês de janeiro, em que alguns modelos sinalizam melhora nos volumes de precipitação. No entanto, até o dia 13 de janeiro, há previsão de chuvas para os dias 2, 3, 4 e 12, mas elas serão em baixo volume e mal distribuídas entre as regiões do RS. Logo, a expectativa de bons volumes de precipitação fica para a segunda quinzena do mês de janeiro. Em fevereiro e março, os modelos preveem que as chuvas irão ficar abaixo da média novamente.