A Polícia ainda busca respostas em relação ao caso do desaparecimento da dentista Bárbara Machado Padilha, 32 anos. Seu corpo foi encontrado na tarde desta quarta-feira (14) nas margens da BR-158. Após ouvir depoimentos de familiares e amigos dela, a investigação volta a atenção para dois laudos da perícia que devem auxiliar na conclusão do inquérito. O laudo da necropsia deve apontar a causa da morte. Já o resultado do exame toxicológico pode indicar se Bárbara ingeriu algum tipo de medicamento. A Polícia ainda não descarta o uso de veneno.
A dentista comprou chocolate e água, conforme indica imagens de câmeras de monitoramento. A suspeita é que o objetivo fosse mascarar o sabor de alguma substância.
Os investigadores chegaram a acreditar que a dentista tinha sido sequestrada. A porta de casa ficou aberta, as chaves foram encontradas caídas e a bolsa com dinheiro e documentos em casa levantou a hipótese logo após o desaparecimento. No entanto, no decorrer das apurações, a possibilidade foi descartada.
Na manhã domingo (11), a Polícia já tinha a informação de que Bárbara tinha ido para Santa Maria. Os bombeiros foram acionados e tiveram início as diligências. Chegaram as informações do posto e ficou evidente que ela foi caminhando pela rodovia mesmo. Câmeras de segurança de uma loja de artesanato mostraram ela passando às 20h08 de sábado (10), mas a dentista não passou pelas câmeras da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
DEPRESSÃO
Depoimentos colhidos indicaram Bárbara começou a dar sinais de tristeza e de um possível quadro de depressão em setembro. A dentista chegou a contar para uma amiga que estava se sentindo mais triste.
PISTAS
O sinal do celular de Bárbara foi captado pela última vez na região de mato fechado nas margens da BR-158 na madrugada de domingo (11). Uma pegada da bota dela foi localizada e ajudou a firmar decisão de concentrar as buscas na área. Até terça-feira (13), dois cães farejadores eram usados pelos bombeiros. Na quarta-feira (14), uma cachorra de nome Juju, também dos bombeiros, entrou em ação. Ereinada para uma habilidade diferente dos outros animais, a cadela localizou o corpo por volta de 14h45.
MOTORISTAS
A Polícia descobriu que Bárbara planejava seguir até Santa Maria. No dia 24 de setembro, a dentista tinha contatado um motorista de executivo e perguntado o valor de uma viagem de ida a cidade. Na sexta-feira (9), ela fez um novo contato para o mesmo motorista, mas ele estava ocupado. No sábado (10) pela manhã, Bárbara entrou em contato com um segundo condutor, com um nome falso. O homem, ao salvar o número dela no WhatsApp desconfiou da mentira e negou a corrida. Um terceiro motorista foi contatado e acabou levando Bárbara para Santa Maria.
Ao todo, foram quatro dias de buscas, que começaram no domingo (11). Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal atuaram nas buscas.
Por volta de 17 horas de sábado (10), Bárbara deixou o escritório do marido, em Tupanciretã, e foi para casa. Cerca de duas horas depois, o companheiro dela não a encontrou na residência. A chave de Bárbara estava caída no chão e a bolsa, com documentos, foi encontrada na casa. Já a porta do imóvel estava aberta.
Ainda na noite de sábado (10), família e amigos passaram a compartilhar o desaparecimento da dentista nas redes sociais.
Já no domingo (11), o motorista do carro executivo de Tupanciretã informou que Bárbara pagou a corrida em dinheiro. Ele a deixou em um posto de gasolina por volta das 19 horas do dia anterior, no Trevo do Castelinho, em Santa Maria. Segundo o profissional , ela permaneceu em silêncio durante a viagem.
Na segunda-feira (12), a Polícia teve acesso a imagens de câmeras de segurança da loja de conveniência do posto no Trevo do Castelinho. Conforme indicaram as cenas, ela chegou pouco depois das 19h30 e saiu às 19h53 do local, em direção à subida para Itaara.
O próximo passo da investigação foi levantar que o último sinal emitido pelo celular de Bárbara foi por volta de 5h32 de domingo (11), nas proximidades da primeira curva da subida de Santa Maria para Itaara.
Na terça-feira (13), equipes da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e bombeiros – com cães farejadores – seguira com as buscas por Bárbara, às margens da BR-158.
No dia seguinte (14), a procura foi retomada e interrompida cerca de duas horas depois, dando lugar a outras diligências. Em torno de 14h45, a cachorra Juju, dos bombeiros, localizou o corpo de Bárbara em um local de mata fechada. O corpo estava em uma área de matagal às margens da BR-158, nas proximidades de onde haviam sido feitas buscas no dia anterior. O corpo estava caído de bruços.