O janeiro marca o mês de combate à hanseníase. Neste período, prefeituras e Governo do Estado se unem para falar mais sobre essa doença, muitas vezes esquecida pela população, mas que não está erradicada.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, pelo Mycobacterium leprae, e por isso, é chamada também de lepra. Ela afeta principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos (localizados na face, pescoço, braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.). Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos. Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas.
De acordo com a enfermeira André Santos, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Cachoeira do Sul, dois pacientes foram diagnosticados com a doença ano passado no Município, o que significa que, apesar de ser pouco falada, ela ainda existe e há registros de casos em nossa cidade. “Agora é o momento de analisar e avaliar a pele. Ela está mais exposta. Se existir qualquer suspeita, é hora de procurar uma unidade de saúde”, alerta Andréa.
A hanseníase é transmitida por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um doente com hanseníase que não está sendo tratado. Normalmente, a fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente, como avós, pais, irmãos, cônjuges.
A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Estima-se que a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra a bactéria. Portanto, a maior parte das pessoas que entrarem em contato com o bacilo não adoecerão. No entanto, é preciso estar atento aos sintomas e procurar um médico já nos primeiros sintomas.
DIAGNÓSTICO – Andréa ressalta que o diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, sendo que uma lesão clínica suspeita com alteração de sensibilidade local já é suficiente para se fazer o diagnóstico. “Não são necessários exames laboratoriais complementares na grande maioria dos casos. Paciente suspeitos da rede privada devem ser encaminhados para unidade de saúde mais próxima para tratamento gratuito pelo SUS”, explica a enfermeira.
Principais sintomas:
– Manchas de cor avermelhada ou esbranquiçada na pele ou em qualquer parte do corpo,
– No local, ocorre a diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, a dor e ao tato,
– Sensação de picadas, dormência ou formigamento em parte do corpo afetadas,
– Caroços vermelhos e dolorosos, febre, ínguas, edema de mãos e pés, dores articulares, dor e espessamento nos nervos (neurites) e mal-estar generalizado,
– Sintomas muito parecidos com crises de reumatismo.
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde