A grave estiagem que atinge o interior do Rio Grande do Sul no início de 2025 tem deixado comunidades rurais de Cachoeira do Sul sem acesso à água potável. Em entrevista na manhã desta quinta-feira (16) ao Programa Vale Informação, da Rádio Vale FM 99.1, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Cristiano Leivas Moraes, explicou que a situação é crítica, com relatos de famílias enfrentando dificuldades até mesmo para suprir necessidades básicas, como cozinhar e beber água.
Na primeira semana de janeiro, mais de 70 mil litros de água foram entregues às localidades afetadas, e a estimativa é repetir esse volume nos próximos dias. A Prefeitura tem utilizado caminhões-pipa para transportar água às áreas mais atingidas, como Cerro dos Peixoto, Piquiri, Estrada da Costa, Barro Vermelho e regiões próximas à Ferreira. No Rincão dos Bica, um caso emblemático comoveu as equipes de atendimento: uma moradora, emocionada, relatou não ter água em casa para ela e suas crianças, o que levou a secretaria a priorizar o envio de água para a comunidade.
Prefeitura de Cachoeira estuda decretar emergência
O secretário destacou que, para receber o suporte, os moradores precisam realizar um cadastro junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, que funciona no Paço Municipal. Cada caminhão transporta até 10 mil litros de água por família, e as entregas são organizadas para atender de cinco a dez famílias por vez, otimizando os deslocamentos às áreas remotas.
Além disso, a Prefeitura de Cachoeira do Sul enviou um ofício ao Exército Brasileiro, solicitando apoio logístico para ampliar o atendimento. “É humanamente impossível para a secretaria atender a toda a demanda sozinha. A ajuda do Exército é fundamental”, enfatizou Moraes.
A previsão é de que a estiagem se prolongue por todo o verão, agravando ainda mais a situação. Diante disso, a Prefeitura estuda decretar situação de emergência ou calamidade pública para buscar apoio do governo federal e implementar ações mais efetivas de enfrentamento à crise hídrica.