Após um período de quase dois meses sem aulas presenciais, o Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura (IEEJNF), uma das principais escolas de Cachoeira do Sul, anuncia o retorno dos alunos ao prédio principal nesta sexta-feira (8).
A diretora Jaqueline Schneider Somavilla, em entrevista ao jornalista Francis Soares, detalhou o processo de reforma elétrica e as medidas tomadas para garantir a segurança dos alunos e da equipe escolar. A interrupção das atividades, que iniciou em 18 de setembro devido a um curto-circuito na fiação elétrica, gerou uma série de adaptações, como aulas em locais alternativos e atividades on-line.
Incidente motivou reforma emergencial
O incidente, que revelou as condições críticas da rede elétrica da escola — ainda equipada com fiação da década de 1940 —, resultou em um curto-circuito que causou um pequeno incêndio e forçou a evacuação de dois dos três andares do prédio. De acordo com Jaqueline, as instalações antigas representavam um risco constante, com frequentes quedas de energia e sobrecargas. “Esse curto-circuito foi um sinal de alerta para a necessidade urgente de melhorias estruturais. A situação era muito crítica, e a segurança de nossos alunos e professores sempre foi nossa prioridade”, comentou a diretora.
Logo após o incidente, a escola buscou apoio da Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP), que realizou uma avaliação detalhada da estrutura. Os engenheiros recomendaram uma substituição completa da rede elétrica para garantir a segurança. Assim, foi iniciada uma reforma emergencial, que durou cerca de 20 dias e envolveu a substituição de toda a fiação elétrica e a instalação de novos quadros de energia.
Ajustes durante a reforma e continuidade das aulas
Durante o período de reformas, a escola precisou adaptar o cronograma escolar para minimizar o impacto do afastamento dos alunos do ambiente físico de aprendizagem. Em um esforço conjunto com a Secretaria de Educação e o apoio da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), as turmas de Ensino Médio, em especial os estudantes do terceiro ano, que estão em fase de preparação para o ENEM, foram transferidas para salas da universidade. Os alunos do Ensino Fundamental participaram das aulas no prédio secundário do Instituto, conhecido como “Joãozinho”, enquanto as demais turmas seguiram com atividades remotas via Google Meet.
A diretora elogiou o trabalho em equipe e a resiliência dos professores e dos alunos. “Foi uma adaptação desafiadora, mas todos mostraram um compromisso exemplar para manter a continuidade do ensino”, disse Jaqueline. “A compreensão das famílias e o empenho dos nossos colaboradores foram fundamentais para que conseguíssemos seguir o cronograma”, acrescentou.
Investimentos e modernização da infraestrutura
Jaqueline destacou ainda que a reforma elétrica foi apenas o primeiro passo em um plano maior de modernização do IEJNF, que está incluído no programa estadual Agiliza RS. Esse programa prevê investimentos em infraestrutura escolar, como a atualização das redes elétricas e hidráulicas, além da construção de um ginásio coberto e a instalação de um elevador, com o objetivo de garantir acessibilidade a todos. “Essa intervenção inicial garantiu a segurança imediata, mas ainda há muito a ser feito para tornar a escola um ambiente moderno e acessível para todos os alunos”, afirmou a diretora.
Retorno e expectativas
Com a conclusão das reformas e a volta das atividades presenciais, a expectativa é que o calendário escolar retorne ao seu ritmo normal, com a previsão de encerramento do ano letivo para o dia 20 de dezembro. A diretora também aproveitou para ressaltar que novas medidas de segurança foram implementadas, incluindo revisões preventivas periódicas e um sistema de monitoramento que visa identificar problemas antes que se tornem críticos.
O Instituto João Neves da Fontoura espera receber os alunos com segurança e mais conforto, retomando plenamente a rotina acadêmica. “Estamos prontos para receber nossos estudantes de volta ao espaço que é deles. Foi um período de desafios, mas também de união e superação. Nossa escola está mais segura e preparada para oferecer um ensino de qualidade”, concluiu Jaqueline.
Com a volta às aulas presenciais, a comunidade escolar aguarda com otimismo o retorno dos alunos, que após quase dois meses longe do ambiente físico da escola poderão finalmente retomar o aprendizado e a convivência em sala de aula.