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“Infelizmente, fiz parte desta palhaçada”, desabafa Telda sobre fim de CPI

A Câmara de Vereadores divulgou nesta sexta-feira (14) o fim de mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O tema da vez: o processo de prestação do serviço da balsa durante a reforma da Ponte do Fandango. Avaliação, aliás, do ex-secretário e atual que vereador que foi convidado para retornar para o antigo cargo, Ronaldo Trojahn (PSB). O parlamentar foi relator da CPI agora arquivada. A manobra em uma espécie de “operação abafa” surtiu o efeito pretendido. “Infelizmente fiz parte desta palhaçada”, disparou a vereadora Telda Assis (PT) sobre o encerramento dos trabalhos.

Vereadora descorda de relatório, mas foi voto vencido / Foto: OC/Reprodução

A manifestação de Telda desencadeou uma série de reações. “A história saberá quem está certo”, destacou o presidente da Câmara, Igor Noronha (MDB), ao parabenizar a colega. Outro vereador, Luis Paixão (PP), elevou o tom. “Estamos vivendo um momento de extrema vergonha. Parabenizo a vereadora por sua posição de querer dar prosseguimento. Vou solicitar cópia do relatório de arquivamento e, se possível for, darei prosseguimento no Ministério Público”, garantiu o progressista.

Presidente manda recado: tempo mostrará verdade / Foto: OC/Reprodução

No documento da CPI arquivada, Trojahn defendeu que não foi identificada irregularidade cometida pelo prefeito Sérgio Ghignatti no processo de prestação do serviço da balsa durante a reforma da Ponte do Fandango.

Na votação do relatório, os demais membros votaram de forma divergente. O vereador e futuro presidente do Legislativo Municipal, Carlos Alberto (do mesmo PP de Paixão), votou favorável e a vereadora Telda Assis (PT) se posicionou contrária ao arquivamento. No entendimento da vereadora, os trabalhos da CPI poderiam ter sido mais aprofundados. Pelo voto da maioria, a CPI foi arquivada.

Paixão: MP pode ser acionado / Foto: OC/Reprodução

A próxima terça-feira (18) deve ser de mais um capítulo da “operação abafa”. Agora, a recompensa já esperada desde setembro, quando o relator da comissão deixou o primeiro escalão do Governo Municipal: Trojahn disse que vai procurar o partido para discutir o convite de Ghignatti sobre seu retorno para o comando da secretaria municipal do Meio Ambiente. A volta já tem até data marcada: 1º de janeiro.

Apesar de ter deixado a função oficialmente em setembro, Trojahn participou ativamente do andamento da secretaria, inclusive em reuniões internas. Justamente após as duas comissões abertas e que encerraram suas atividades (a outra tratava do Transporte Escolar, depois que um veículo usado para o serviço pegou fogo na localidade do Bosque), Trojahn retornará.

Nos corredores da Câmara, uma pergunta ecoa e ganha força nas ruas de Cachoeira do Sul: afinal, o que a Prefeitura precisava esconder? A resposta aguardada pela população não virá com as comissões. Missão cumprida.

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