Índios, Bolsonaro, Lula e Dilma

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Índios, Bolsonaro, Lula e Dilma
ENTRELINHAS
30 de janeiro de 2023 - indios

A pauta da vez envolve a condição dos povos indígenas no país. Em especial, os yanomanis. Aliás, abordar o tema com menos clubismo permite verificar – até com certa facilidade – que a situação não é de hoje. E nem do mandato de Bolsonaro. Já vem de tempos. Atravessou todo o governo petista, inclusive.

O governo Bolsonaro vem sendo criticado, mas os próprios indígenas reclamam da falta de atenção do Estado brasileiro desde a época dos governos de Lula e Dilma. Se Bolsonaro é genocida, Lula e Dilma, necessariamente e seguindo a lógica, também precisam estar na lista.

Notícias da época baseadas em estudos mostram que, nos oito anos dos dois primeiros mandatos de Lula e nos dois primeiros da presidente Dilma Rousseff, 560 índios foram assassinados no Brasil — média de 56 por ano. Isso representou um crescimento de 168,3% em relação à média dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Os números faziam parte de levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Já durante a 10ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou relatório sobre os casos de violência contra os povos indígenas no Brasil dentro do período do governo petista.

Em 2016, por exemplo, a ONU dizia que os índios brasileiros estavam mais ameaçados que nos anos 80.

Assim que a pauta começou a tomar conta dos noticiários, o ex-presidente Bolsonaro manifestou sua contrariedade pela falta de imparcialidade no tratamento da imprensa em cima da situação. Segundo divulgou, de 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígena. Ainda de acordo com Bolsonaro, de 2019 a novembro de 2022, o Ministério da Saúde prestou mais de 53 milhões de atendimentos de Atenção Básica aos povos tradicionais, conforme dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS, o SasiSUS.

Se existe genocida, a lista não inclui apenas um. É só pesquisar. Ou a abordagem ao tema não tem caráter humanitário, mas sim político?


*”EntreLinhas” é uma coluna de opinião política com veiculação exclusiva no Portal OCorreio