HCB e outros hospitais gaúchos ameaçam suspender atendimentos pelo IPE

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HCB e outros hospitais gaúchos ameaçam suspender atendimentos pelo IPE
SAÚDE
27 de fevereiro de 2024 - HCB de Cachoeira do Sul está entre os hospitais gaúchos que manifestaram intenção de suspender atendimentos por conta da nova política de remuneração / Foto: Divulgação

O Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) de Cachoeira do Sul assinou, juntamente com outros hospitais privados e filantrópicos gaúchos, uma carta conjunta na qual se posiciona contra a continuidade no atendimento a segurados do IPE. O documento tem a assinatura do provedor do HCB, Antônio Ruben da Silveira, e de outros 12 dirigentes de entidades do setor e de casas de saúde de diferentes regiões do Rio Grande do Sul.

A carta, endereçada ao governador Eduardo Leite, tem os timbres da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e das Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS). Os dirigentes afirmam que a situação é crítica porque os repasses são insuficientes para para cobrir os serviços prestados.

No documento, os hospitais pedem que suspensão do novo modelo de remuneração dos hospitais credenciados ao IPE Saúde, que entra em vigor a partir de 1º de março. O pedido foi deferido nesta terça-feira (27) por um período de pelo menos 30 dias para reavaliação. A estratégia do Estado é acalmar os ânimos das entidades e instituições de saúde para ganhar tempo até apresentar uma nova proposta ao setor.

O grupo de hospitais afirma que as alterações gerariam queda que pode variar entre 10% e 33% no faturamento anual das instituições, “fazendo com que elas passem a operar no prejuízo”. Segundo a proposta do Piratini, os medicamentos e as dietas serão remunerados pelo valor de mercado do princípio ativo, e não mais pela marca do laboratório. O modelo prevê também a categorização de todos os hospitais que compõem a rede credenciada.

Na carta, os dirigentes das instituições concordam com a necessidade de melhorias no IPE Saúde, incluindo abrangência e acessibilidade aos serviços. No entanto, reiteram que a nova política remuneratória excluirá do sistema os principais hospitais.

— Não há outro caminho. É preciso suspender as portarias e posteriormente corrigi-las, de modo que torne justa a remuneração pelos serviços prestados. Isso vai garantir equilíbrio econômico e financeiro aos hospitais e dará condições para que o atendimento aos usuários do plano não apenas seja mantido, como ampliado — diz Luciney Bohrer, presidente da Federação RS.

OS HOSPITAIS QUE ASSINAM O DOCUMENTO:

Santa Casa de Porto Alegre

Hospital Tacchini de Bento Gonçalves

Hospital Ernesto Dornelles de Porto Alegre

HCB de Cachoeira do Sul

Hospital São Lucas de Porto Alegre

Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa

Hospital de Clínicas de Ijuí

Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo

Hospital Santa Lucia de Cruz Alta

Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Hospital Astrogildo de Azevedo de Santa Maria

Hospital de Clínicas de Passo Fundo

Hospital Divina Providência de Porto Alegre

Sociedade Beneficente Sapiranguense

CLIQUE AQUI E ACESSE A ÍNTEGRA DA CARTA DOS HOSPITAIS E ENTIDADES DO SETOR SOBRE A CONTINUIDADE DOS ATENDIMENTOS PELO IPE SAÚDE

O QUE DIZ O CREMERS SOBRE A SITUAÇÃO DO IPE SAÚDE:

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) reitera a urgente atualização dos valores de consultas e procedimentos pagos aos médicos credenciados ao IPE Saúde. 

A tabela de remuneração dos serviços médicos está defasada há muitos anos, e impacta negativamente o atendimento aos pacientes. Os valores pagos aos médicos, muitas vezes são impraticáveis para garantir o trabalho médico e a manutenção dos consultórios, inviabilizando o atendimento pelo IPE Saúde. 

As recentes negociações realizadas pelo governo do Estado não foram cumpridas em sua totalidade, o que resultou no descredenciamento de profissionais de diversas especialidades e na precarização da assistência a cerca de 1 milhão de usuários. 

O Cremers entende como justa a reivindicação das entidades hospitalares e adere à urgência na revisão do modelo de remuneração, uma vez que os médicos também sofrem com os baixos valores pagos pelo IPE Saúde. 

Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2024.

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