Será sepultado nesta sexta-feira (25), em Caçapava do Sul, o pedreiro Osório Oliveira da Rosa, conhecido carinhosamente como Osorinho, o homem que construiu o próprio túmulo com características peculiares e marcas pela excentricidade. Aos 85 anos, ele se despede da vida deixando uma marca incomum e comovente: foi o responsável por construir, com as próprias mãos, o seu caixão e um túmulo de três andares, com churrasqueira no terraço, no Cemitério das Catacumbas. Uma despedida planejada em cada detalhe, com o coração de quem sabia viver – e soube partir – à sua maneira.
Figura popular e carismática na região central do Estado, Osorinho ganhou notoriedade nacional em 2013 ao participar de uma reportagem exibida pelo programa Domingão do Faustão, da TV Globo. A história chamou atenção pela originalidade e pelo bom humor com que ele encarava a própria mortalidade. Com paixão pelo churrasco e amor declarado pelo Sport Club Internacional, o pedreiro transformou seu túmulo em um símbolo de afeto pela cultura gaúcha e pelos prazeres simples da vida. (CONTINUA ABAIXO DA PUBLICIDADE)
Visitado há 12 anos pela Rede Globo, Osorinho desfilou em carro de boi pelas ruas de Caçapava e ganhou notoriedade nacional ao aparecer no Domingão do Faustão / Foto: Prefeitura de Caçapava do Sul
Durante o velório, familiares e amigos cumpriram um de seus últimos desejos: preparar uma carne assada na churrasqueira construída por ele no topo do jazigo. O cortejo fúnebre também segue um pedido especial de Osorinho – realizado em um carro de boi, numa homenagem à vida no campo e às tradições que tanto prezava.
Outro pedido respeitado foi o sepultamento em pé num túmulo que para isso fora projetado, uma excentricidade que se somou à história única de quem viveu e partiu de forma autêntica. A Funerária do Forte foi responsável por tornar possível essa vontade, assim como por toda a organização do velório.
Colorado fanático, Osorinho posou no terraço do túmulo onde foi construída a churrasqueira / Foto: Prefeitura de Caçapava do Sul
Quatro anos de um trabalho cuidadoso para construir o próprio túmulo
Osorinho levou quatro anos para erguer o próprio túmulo, carregando diariamente, em um carrinho de mão, os materiais até o cemitério. Tijolo por tijolo, construiu um verdadeiro mausoléu, com direito a capela e um terraço pintado com as cores do Rio Grande do Sul.
Foi nesse espaço que, há mais de uma década, ele recebeu a visita da repórter Carol Nakamura, com quem desfilou pelas ruas da cidade em um carro de boi, emocionado com a repercussão de sua história. “Ele mesmo fez o caixão, com detalhes bem coloridos”, descreveu Carol na época.
Osorinho era figura conhecida e muito querida em Caçapava do Sul / Foto: Prefeitura de Caçapava do Sul
A despedida de Osorinho, como ele queria, vai além do que um ritual rotineiro de luto: para amigos, familiares e conhecidos, uma celebração da vida bem vivida e da simplicidade que marcou sua trajetória. Ele deixa os filhos Vera e João Carlos e os netos Dejavan, Laura e Maria Eduarda.
Confira uma matéria especial sobre o túmulo de Osorinho da página “Tumultulos“, do YouTube, especializada em conteúdos sobre sepulturas e cemitérios:
Cortejo com o corpo sai do velório em carro de boi em direção ao Cemitério das Catacumbas, em Caçapava do Sul / Foto: Maiko Araújo/Funerária do Forte
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