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Homem que matou ex-companheira em Santa Cruz é de Cachoeira

Servo Tomé da Rosa foi preso em flagrante após tentar tirar a própria vida. Depois de dar alta do hospital, foi recolhido ao sistema prisional / Foto: Cristiano Silva/Gazeta do Sul/Divulgação

 

O assassino que executou com um tiro a queima-roupa a ex-companheira na última sexta-feira (8) no centro de Santa Cruz do Sul é de Cachoeira do Sul. Servo Tomé da Rosa, 69 anos, detém a titularidade de um imóvel no loteamento Habitar Brasil do Bairro Promorar, na zona norte de Cachoeira, mas havia se mudado para Santa Cruz após o início do relacionamento com a servidora pública Heide Juçara Priebe, 63 anos, a quem mataria por inconformismo com o fim do relacionamento que durou três anos.

De acordo com a Polícia Civil, Servo premeditou por meses o assassinato e seguiu Heide até efetuar dois disparos de revólver contra ela, que caminhava pela Travessa Tenente Barbosa, área central de Santa Cruz, no momento em que foi atingida, no final da tarde. Os tiros foram efetuados contra a cabeça e um braço de Heide, que morreu horas depois, à noite, no Hospital Santa Cruz, porque um dos projéteis perfurou o seu pulmão. O crime foi gravado por testemunhas.

Neide trabalhava no setor de regulação de leitos hospitalares da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde de Santa Cruz do Sul. No dia em que foi morta, saiu do trabalho por volta das 17h para buscar a neta, de 12 anos, na Escola Goiás. O ataque aconteceu quando ela deixou a 13ª CRS saindo pela Rua Júlio de Castilhos para entrar no seu Ford KA na travessa onde foi assassinada.

A neta só ficou sabendo que a avó lutava pela vida no Hospital Santa Cruz quando já era noite, no momento em que a mãe foi buscá-la na escola. Heide não resistiu e faleceu por volta das 22h.

Caderno com a premeditação do crime foi apreendido pela Polícia / Foto: Divulgação

 

Solitário, discreto e premeditador

Assim que deu os tiros na ex-companheira, Servo Tomé da Rosa tentou tirar a própria vida com um tiro contra o próprio peito. Ele ainda tentou efetuar um segundo disparo, contra o pescoço, mas não conseguiu. Foi encontrado caído na calçada, consciente, dizendo que havia feito “a maior bobagem” de sua vida.

O homem foi preso em flagrante pela Brigada Militar e internado sob custódia da Polícia Civil no Hospital Santa Cruz. Após receber alta, foi ouvido pela Polícia Civil na segunda-feira (11).

Servo Tomé é um homem solitário. Discreto, morava no mesmo condomínio com a ex-companheira. Trabalhador da construção civil, ele abriu uma microempresa para atuar legalmente no setor, a qual foi fechada em janeiro desse ano. Em Cachoeira do Sul, vivia uma vida igualmente discreta, de poucos amigos. Ele tem parentes em Pelotas, no sul do Estado.

PREMEDITAÇÃO ANOTADA EM CADERNO

Na última quarta-feira, a Polícia Civil encontrou no imóvel onde Servo Tomé mora, em Santa Cruz do Sul, um caderno que servia como um diário em que ele anotava sua rotina e manifestava intenção de acabar com a vida de Heide. Ele escreveu orientações para familiares, colocou dados de extratos bancários e senhas, além de falar sobre o término do relacionamento e os dias que antecederam a morte da mulher.

Esse caderno é considerado pela Polícia Civil como uma prova importante da investigação. Mensagens de WhatsApp trocadas entre o homem e a vítima nos dias que antecederam o femicídio também evidenciam ameaças feitas por ele a ela.

Heide: assassinada com um tiro à queima-roupa quando ia buscar a neta na escola / Foto: Divulgação

 

Mensagens de WhatsApp são outra prova de que Tomé ameaçava a vítima / Foto: Divulgação

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