Há 75 anos, morria Mário de Andrade, um dos maiores escritores do país

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Há 75 anos, morria Mário de Andrade, um dos maiores escritores do país
Literatura
25 de fevereiro de 2020 - mariodeandrade

Há 75 anos, o país perdia um de seus maiores escritores e críticos. Morria em São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 1945, uma de nossas personalidades mais multifacetadas, que se definiu como “eu sou trezentos, trezentos e cinquenta”: o poeta, escritor, pesquisador, músico, folclorista, crítico de arte e primeiro gestor cultural do Brasil, Mário de Andrade. “Quando eu morrer quero ficar, não contem aos meus inimigos, sepultado em minha cidade”, escreveu o poeta, que viveu, cresceu, produziu, morreu e foi sepultado em São Paulo.

Seu livro mais conhecido é Macunaíma, mas ele escreveu também Pauliceia Desvairada; Amar, Verbo Intransitivo; Ensaios sobre a Música Brasileira e Lira Paulistana

Seu livro mais conhecido é Macunaíma, mas ele escreveu também Pauliceia Desvairada; Amar, Verbo Intransitivo; Ensaios sobre a Música Brasileira e Lira Paulistana / Foto: André Hoff/Casa Mário de Andrade

Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo em 1893, onde faleceu em 1945. Na infância estudou música, o que o levou a lecionar aulas particulares de piano. Também foi professor de história da música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

Sua carreira literária teve início em 1917, com a publicação do livro Há uma Gota de Sangue em Cada Poema. Em 1922, com a publicação de Pauliceia Desvairada, ele colocou em prática seu projeto de renovação do país.

Além de sua carreira na música e na literatura, Mario de Andrade também dirigiu o Departamento de Cultura da Municipalidade Paulistana, mais tarde Secretaria Municipal da Cultura. Nesse departamento surgiu a ideia de criar uma biblioteca que servisse como depositária de toda a história cultural da cidade. Em 1960, essa biblioteca municipal paulistana, a segunda maior do país, recebeu o nome de Mário de Andrade.

Ele foi também um dos principais idealizadores do movimento modernista e da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922. Seu livro mais conhecido é Macunaíma, mas ele escreveu também Amar, Verbo IntransitivoEnsaios sobre a Música Brasileira e Lira Paulistana.

 Na infância estudou música, o que o levou a lecionar aulas particulares de piano

Na infância estudou música, o que o levou a lecionar aulas particulares de piano / Foto: André Hoff/Casa Mário de Andrade

A casa onde ele viveu boa parte da vida, na Rua Lopes Chaves, na região da Barra Funda, é hoje um museu e este ano celebra 100 anos de sua construção. Foi nesta mesma casa, que ele definia como Morada do Coração Perdido e agora chamada de Casa Mário de Andrade, que ele morreu de enfarte, aos 51 anos.

Era nesse local que recebia os amigos, artistas e intelectuais, com quem criou a Semana de Arte Moderna; e onde dava aulas de piano. Foi nessa casa também que deixou viva a sua memória. “Saí desta morada que se chama o coração perdido e de repente não existi mais”, registrou o poeta, certa vez. Nesse lugar ele viveu de 1921, um ano após ser construída, até 1945, quando morreu.

Sua carreira literária teve início em 1917, com a publicação do livro Há uma Gota de Sangue em Cada Poema

Sua carreira literária teve início em 1917, com a publicação do livro Há uma Gota de Sangue em Cada Poema / Foto: André Hoff/Casa Mário de Andrade

A casa guarda hoje apenas alguns objetos da época, pois boa parte do seu acervo foi levada para o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo (USP). Um dos objetos que permanece no local é o piano em que dava aulas, além dos armários que projetou e mandou executar no Liceu de Artes e Ofícios.

Para comemorar o centenário de construção dessa casa, o museu prepara, para meados deste ano, uma exposição da história sobre o uso da casa pela família de Mário de Andrade e, também, centro de estudos, teatro-escola, oficina cultural e, mais tarde, museu.