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Governo leva delegações internacionais para a Estação Experimental do Arroz

Crédito: Evaldo Silva Júnior/Sedec

As comitivas internacionais que vieram conhecer a 23ª Expodireto Cotrijal, feira de tecnologia agrícola realizada em Não-Me-Toque, continuam com agendas no Estado. No sábado, as secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) levaram as delegações da China, dos Emirados Árabes, de Gana e da Nigéria para conhecer a Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha. O objetivo da visita foi prospecção de mercado, já que o Estado é responsável por cerca de 70% do arroz produzido no Brasil, com cultivo em 183 municípios.

Os estrangeiros conheceram estruturas, laboratórios e, principalmente, o que o Irga desenvolve nos programas de pesquisa e extensão. O diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DPCI), Evaldo Silva Júnior, acompanhou o grupo e destacou que o representante da Nigéria demonstrou interesse na tecnologia aplicada ao plantio de arroz, inclusive na rotação de culturas do grão com milho e soja.

“Ele está aqui para viabilizar uma transferência de tecnologia do Irga para as lavouras do Exército nigeriano, gerando alimento para as tropas e distribuindo o excedente para a população”, disse. Silva Júnior explicou que foi alinhada a formalização de um acordo de cooperação entre o Rio Grande do Sul e a Nigéria, no qual o Irga ficará responsável pela transferência tecnológica para o país que, em contrapartida, reduzirá, ou até zerará, as alíquotas de imposto de importação do arroz gaúcho.

“Ficou articulado que o Exército e o governo da Nigéria enviarão um convite para uma missão internacional para representantes do Irga, governo estadual e Sedec, a fim de oficializar o termo de cooperação mútua entre o Rio Grande do Sul e a Nigéria, bem como levar a comitiva brasileira a uma visita técnica às instalações nas lavouras que pertencem ao Exército do país africano”, antecipou Silva Júnior.

O diálogo também evoluiu com o Emirados Árabes, que importam arroz para os estoques de segurança da Índia e do Paquistão. Uma das finalidades da visita é incluir o Brasil nessa rota de exportação do grão para os árabes, com o intuito de composição regular dos estoques e, posteriormente, ampliação para a área comercial.

Outra possibilidade que se vislumbra é um acordo tecnológico para plantio de arroz em áreas do deserto, como já acontece com algumas culturas. “Há a possibilidade de ocorrer outra missão ao país em dezembro, para avançar nas questões agrícolas e de produção de alimentos, considerando as condições de clima e solo no deserto”, disse o diretor.

O titular da Sedec, Ernani Polo, afirma que ajustar acordos internacionais para expandir a tecnologia de plantio gaúcha para as lavouras do mundo e, em troca, receber benefícios comerciais é uma relação justa e que agrega aos envolvidos. “São diálogos que já acontecem há tempo, estão amadurecendo e que hoje permitem que o Rio Grande do Sul esteja preparado para avançar a sua rota internacional não apenas como um fornecedor de alimentos, mas como referência em pesquisa e tecnologia, aspecto que acaba entrando nos acordos internacionais”, avaliou. Conforme Polo, a secretaria, além de promover emprego e geração de renda, tem o propósito de atrair investimentos e, da mesma forma, mostrar a capacidade tecnológica do Estado.

O titular da Seapi, Giovani Feltes, ressalta a importância desses acordos bilaterais. “São novas oportunidades para escoar a produção rural”, disse.

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