Fumaça das queimadas: “Problemas podem se agravar”, avalia diretor estadual

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Fumaça das queimadas: “Problemas podem se agravar”, avalia diretor estadual
ENTREVISTA
12 de setembro de 2024 - Crédito: Reprodução

O diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Marcelo Valandro, participou do programa Vale Informação – da Rádio Vale FM 99.1 – desta quinta-feira (12), detalhando a série de orientações divulgadas para a população gaúcha sobre a piora da qualidade do ar, em consequência da fumaça vinda das queimadas, principalmente da região amazônica. “A qualidade tem piorado bastante”, sintetizou. “E na população mais fragilizada, esses problemas podem se agravar”, acrescentou, ao citar pacientes com quadro de doenças respiratórias.

Confira a íntegra do programa:

 

Apesar do alerta, a equipe de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) não identificou um aumento de casos de síndrome gripal não relacionados a vírus respiratórios, que podem ser influenciados por outros fatores, como a fumaça resultante de queimadas. Esses dados, porém, são parciais e sujeitos a alterações em decorrência da oportunidade de preenchimentos das notificações, bem como o hiato entre o início dos sintomas e a busca por atendimento.

Recomendações para a população

– Hidratação: aumente a ingestão de água para manter as vias respiratórias úmidas.

– Redução da exposição: evite atividades ao ar livre em horários de alta poluição e mantenha portas e janelas fechadas.

– Uso de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas podem reduzir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas) e, portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores. Enquanto o uso de máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100 são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população;

– Atividades físicas: evite exercícios físicos em períodos de elevada concentração de poluentes.

– Orientações a grupos vulneráveis: crianças, idosos e gestantes devem estar atentos a sintomas respiratórios e buscar atendimento médico imediatamente se necessário.

 

Poluição é fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis

A OMS reconhece que a poluição do ar é um fator de risco crítico para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). No Brasil, as queimadas e os incêndios florestais são importantes fontes de poluição atmosférica e contribuem para a emissão de poluentes atmosféricos, resultando na exposição humana com efeitos diretos e indiretos na saúde, meio ambiente e oferta de serviços de saúde. Grupos populacionais mais suscetíveis como crianças, idosos, gestantes, indivíduos com doenças cardiorrespiratórias, de baixo nível socioeconômico e de trabalhadores ao ar livre podem estar sob maior risco de apresentarem algum efeito na saúde relacionado à poluição do ar.