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FIQUE MAIS LEVE – A curiosa história de amor do girassol…

A nossa conversa dessa semana vem inspirada pelo girassol e sua história. E não é qualquer girassol, é um girassol especial, ou melhor ele é “o girassol”, porque assim como a rosa do pequeno príncipe, tornou-se único no mundo, porque suas sementes vieram das mãos de pessoas muito especiais, meus queridos colegas da saúde mental, que são força, luz e esperança para muitas pessoas. E pensando no que essa flor representa encontro, na Mitologia Grega, uma lenda que explica o aparecimento da flor de girassol. Essa lenda nos conta a triste história de Clítia, uma ninfa, apaixonada por Hélio, o deus do Sol. Quando este prefere ficar com Leucotéia, Clítia começa a enfraquecer, a não sentir vontade de mais nada, e ficava ali, sentada no chão frio, sem comer e sem beber, se alimentando apenas das suas próprias lágrimas.

Quando o Sol brilhava no céu, lá estava Clítia, sem desviar o olhar sequer por um momento da beleza de seu amado, porém, durante a noite, o seu rosto se virava para o chão, continuando então a chorar. Com o passar do tempo, os seus pés ganharam raízes e a sua face se transformou em uma flor, que continuou seguindo o sol.

Essa história me fez lembrar o quanto não termos aquilo que desejamos, ou o quanto de frustrações que vamos recolhendo ao longo da vida pode nos transformar na ninfa Clítia, que sem ter aquilo que deseja, perde o sentindo, transforma o outro em uma parte – que agora falta_, a ausência do seu amado a fez esquecer de si mesma , fazendo com que mergulhasse na mais profunda tristeza, tristeza essa que, com o passar do tempo acabou até criando raízes. O quanto nos alimentamos de nossas próprias lágrimas? O quanto só encontramos alívio no dia a dia, mas quando a luz apaga, assim como o girassol, mergulhamos em nossas próprias lágrimas?

Então, vamos lá, é preciso falar de depressão. Embora ela seja um tema frequentemente abordado, ainda existe muita “resistência” das pessoas em admitir que não estão bem, que precisam de ajuda, que não é” frescura”, ou até mesmo “preguiça”. Muitas vezes criamos raízes tão profundas com a tristeza, que não conseguimos mais entender que podemos viver sem ela, assim como a ninfa, que, se soubesse que tinha forças suficientes, não esperaria somente pela força do seu amado. E a depressão é um pouco isso, essa falta de energia, de alegria em fazer as coisas que gosta, e cada dia que passa vamos olhando mais e
mais somente na mesma direção, a direção da desesperança.

Se você conhece alguém, ou você mesmo sente-se como a ninfa Clítia, procure entender esses sentimentos, buscar ajuda, entender que possui a força necessária para superar o sentimento ruim, a tristeza. Não tape o “sol com peneira”, como nossa lendária personagem, que a noite, sem seu amado, voltava a tristeza absoluta de seu ser. Converse com alguém, procure ajuda profissional, porque o mais importante é não deixar esse sentimento “criar raízes”, até porque, é bem melhor ser feliz, do que ser uma lenda.

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Vanessa Santos – Psicóloga CRP 07/25298

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