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Fim da era da gotinha: vacinação contra pólio agora com doses injetáveis

Vacina contra Poliomielite / 26 de agosto na História / Crédito: Tomaz Silva / Agência Brasil

Vacina contra Poliomielite / 26 de agosto na História / Crédito: Tomaz Silva / Agência Brasil

Decisão foi tomada pelo Ministério da Saúde. Foto: Divulgação.

A partir desta segunda-feira (4), o Brasil dá adeus ao esquema vacinal que fez história durante mais de quatro décadas contra a poliomielite. A partir de agora, a vacinação contra pólio será realizada em crianças, exclusivamente, em doses injetáveis da VIP (vacina inativada poliomielite). Segundo o Ministério da Saúde, a decisão se baseia em recomendações internacionais e evidências científica.

As duas doses em gotas da VOPb (vacina oral poliomielite bivalente) foram substituídas pela injeção intravenosa e terá um novo esquema:

O Ministério da Saúde já enviou recomendações aos estados para que desenvolvam ações e preparem seus respectivos municípios para a retirada de oferta da gotinha e substituição das doses de reforço.

Conforme o Ministério da Saúde, a decisão foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais para deixar o esquema vacinal mais seguro.

Países como os Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a VIP. A substituição da gotinha foi amplamente discutida em Reunião da CTAI (Câmara Técnica Assessora em Imunizações) e recebeu aval do colegiado.

Órgãos como o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), e o acompanhamento da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e da Organização Mundial da Saúde acompanharam a decisão.

A nova estratégia do Ministério da Saúde, com aplicação de imunizante injetável, busca manter a erradicação da poliomielite no país — que está há 34 anos sem casos da doença.

Mesmo com declínios registrados desde 2016, o tem se destacado no avanço das coberturas vacinais. Em 2023, a vacinação contra pólio alcançou 86,55% do público-alvo, ante 77,20% em 2022. Os dados são da Rede Nacional de Dados em Saúde.

E o Zé Gotinha?

O personagem, criado nos anos 1980, é uma marca da luta contra a poliomielite no Brasil. A grande aceitação por parte do público fez com que o Zé Gotinha abraçasse, também, alertas contra outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Desta forma, ele continuará aparecendo em campanhas em favor da imunização.

Não por acaso, a mascote da imunização venceu, no início de 2024, o prêmio oferecido às melhores figuras do universo digital na categoria Brand Persona, do iBest. O Ministério da Saúde considera o Zé Gotinha um “símbolo universal na missão de salvar vidas” e um “aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas”.

Fonte: Ministério da Saúde

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