A morte do Padre Jorge Hudson, 58 anos, ocorrida neste sábado (3) por complicações decorrentes da covid-19 no Hospital Divina Providência, em Porto Alegre, levou centenas de fiéis da Igreja Católica e também amigos a se manifestarem nas redes sociais. Ele estava internado na instituição desde o dia 13 de junho.
Conforme informações divulgadas pela Diocese de Cachoeira do Sul, ele seria transferido para um quarto do hospital, porém teve uma trombose, sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Querido pela comunidade pelo seu carisma e o seu estilo gaudério, pois normalmente celebrava os atos religiosos pilchado, o Padre Jorge deixa enlutada uma legião de admiradores e de pessoas que até o considerava como da própria família.
“Estamos ficando cada dia mais pobres de alma e de espírito. Estamos morrendo cada dia um pouco com cada amigo que vai embora. Nada voltará ao normal novamente, porque nada substitui as vidas que se foram. Sobreviveremos? Talvez. Mas nunca mais teremos a normalidade. Hoje nos despedimos de um amigo. Um irmão. Querido e muito amado por todos (…)”, escreveu o comissário de Polícia Rogério Silva em seu perfil no Facebook.
Presença constante nas rondas crioulas dos CTGs, escolas e demais entidades na Semana Farroupilha, o Padre Jorge Hudson celebrava de maneira bastante original e particular as chamadas missas crioulas. Com a Cruz de Lorena – símbolo da Região Missioneira do Rio Grande do Sul – no peito e sempre bem pilchado a rigor. “As nossas missas crioulas nunca mais serão as mesmas”, lamentou Paulo Coimbra, outro amigo e admirador do “Padre Gaudério”.
E assim chegam a todo momento mais e mais mensagens no perfil do Padre Jorge Antônio Hudson. São dezenas também as fotos de pessoas ao lado dele, que sempre tinha uma palavra amiga para incentivar ou mesmo confortar alguém nas horas difíceis. “Ele era gente como a gente”, resumiu também um seguidor.
QUEM FOI O PADRE JORGE ANTÔNIO HUDSON
Natural de Campo da Aviação, interior de Sobradinho, o Padre Jorge Antônio Hudson era conhecido como o “Padre Gaudério” em função de seu envolvimento com o tradicionalismo. Atualmente, padre Jorge Hudson estava na Paróquia Santo Antônio, de Cerro Branco.
Padre Jorge teve uma longa passagem pela paróquia São José e ainda na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição (Catedral) em Cachoeira do Sul e atuante nos festejos da Semana Farroupilha, quando celebrava as missas crioulas. Bastante conhecido, ele também atendia comunidades do interior. Pelas redes sociais, os católicos se manifestaram sobre o seu falecimento. Ele deixou um legado de fé e de amizade com amigos, lideranças religiosas e pelas comunidades por onde passou. Era conhecido como o padre gaúcho e padre gaudério, pois tinha o hábito de estar sempre pilchado.
Os atos fúnebres ocorreram neste domingo (4). Apenas foi permitida a passagem de pessoas pelo velório e uma missa restrita aos sacerdotes e familiares foi realizada perto do meio-dia, presidida pelo bispo diocesano Dom Edson Batista de Mello.
O sepultamento foi no Cemitério Municipal de Sobradinho, no jazigo da família.