Rumores sobre a circulação de Coronavírus em Cachoeira do Sul foram investigados pela equipe da secretaria municipal da Saúde no começo da noite desta sexta-feira (28). Segundo os boatos que chegaram ao conhecimento dos profissionais do setor da Prefeitura. Por determinação do secretário municipal da Saúde, Roger Gomes da Rosa, o caso foi apurado. Conforme informações levantadas pela pasta, uma família cachoeirense voltou recentemente de viagem feita na China, origem do Coronavírus, segundo estudos de especialistas. “Na verdade, pelo protocolo, considera-de como suspeito o indivíduo que esteve em algum dos países com transmissão do Coronavírus e apresentar sintomas. O que existe em Cachoeira do Sul é uma família no qual recentemente estiveram na China”, detalha Rosa. “Eles não têm sintomas. Não são considerados suspeitos. Mas devido a rumores da população, resolvemos fazer uma visita” completa o secretário.
A enfermeira Andréia Santos, da pasta da Saúde, entrou na casa da família e confirmou que seus membros estão saudáveis e sem qualquer sintoma, segundo o responsável pela pasta.
Saiba mais
Um caso monitorado em Santa Cruz do Sul ainda não foi registrado nas planilhas da secretaria estadual da Saúde. Diferente do caso analisado em Cachoeira, o paciente santa-cruzense apresentava sintomas compatíveis com o Coronavírus.
A Vigilância Epidemiológica divulgou uma nota na noite desta sexta-feira (28) a respeito do caso. Confira na sua íntegra:
NOTA INFORMATIVA Nº 03 – 2020 – Coronavírus – COVID – 19
Em 31 de dezembro de 2019, o escritório nacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), na China, foi informado sobre a ocorrência de casos de pneumonia de etiologia desconhecida na cidade de Wuhan, Província de Hubei. Em 09 de janeiro, houve a divulgação da detecção de um novo coronavírus (2019-nCoV) em um paciente hospitalizado com pneumonia em Wuhan. Desde então, casos da doença têm sido registrados em outras cidades da China e em outros países A avaliação de risco da OMS, a partir de 27/01/2020, classifica a evolução deste evento como de Risco Muito Alto para a China e, de Alto Risco para o nível regional e global.
Em 30/01/2020, a OMS declarou o surto de Doença Respiratória Aguda pelo 2019-nCoV como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Assim, todos os países devem estar preparados para conter a transmissão do vírus e prevenir a sua disseminação, por meio de vigilância ativa com detecção precoce, isolamento e manejo adequados dos casos, investigação/monitoramento dos contatos e notificação oportuna.
Os coronavírus são vírus presentes em animais, incluindo camelos, gatos e morcegos e, alguns deles, em humanos, e podem causar desde resfriado comum até doenças mais graves tais como Middle East Respiratory Syndrome (MERSCoV) and Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS-CoV). O 2019-nCoV, ou Covid-19, é um novo coronavirus que ainda não havia sido identificado em humanos. O quadro clínico da Doença Respiratória Aguda pelo 2019-nCoV não está descrito completamente, e ainda não está bem estabelecido seu padrão de letalidade, mortalidade, infectividade e transmissibilidade, assim como sua disseminação entre pessoas. Os sintomas podem aparecer de dois a 14 dias após a exposição. Até o momento, não há informação suficiente e fundamentada sobre o período de transmissibilidade. A suscetibilidade é geral. O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. Os sinais e sintomas clínicos referidos são principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar. O quadro clínico inicial da doença é a síndrome gripal, sendo recomendada a investigação de histórico de viagem à China, Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Japão, Singapura, Tailândia e Vietnã, ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para os países citados anteriormente, segundo Informe Epidemiológico – COVID – 2019 Do Centro Operações de Emergências do Rio Grande do Sul (27/02/2020). As características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza, parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros coronavírus, entre outros. O diagnóstico laboratorial é realizado com a coleta da secreção da nasofaringe (SNF).
Importante
Em Cachoeira do Sul, até hoje, apesar dos rumores, não existe nenhum caso suspeito de coronavírus. A equipe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde confirmou, em visita domiciliar, que as pessoas que viajaram para a China não apresentam sintomas. Apesar disso, as mesmas estão tomando precauções domiciliares, como uso de máscaras, lavagem frequente das mãos, uso de álcool gel, não compartilhamento de utensílios, entre outros, conforme recomendações recebidas no país de origem da viagem.
O que é Coronavírus?
É um novo vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus. Recentemente foram registrados os primeiros casos na China. O novo Coronavírus faz parte de uma grande família viral que ataca seres humanos e animais. Os primeiros tipos foram detectados na década de 1960.
As infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, porém, alguns coronavírus podem causar doenças graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), identificada em 2002 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), identificada em 2012.
Como ele é transmitido?
A transmissão do novo Coronavírus pode ocorrer de pessoa para pessoa, de forma continuada. O contágio costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como saliva, espirro, tosse, catarro. Também pode ocorrer por contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão ou contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguidos de contato com a boca, nariz ou olhos.
O grau de transmissão do novo Coronavírus é menor do que o vírus da gripe e por isso apresenta menor risco de circulação e disseminação. Pode ficar incubado por duas semanas, período em que aparecem os primeiros sintomas desde a infecção.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico do novo Coronavírus é feito a partir da indicação de caso suspeito nos serviços de saúde, quando é coletada uma amostra de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). As análises ocorrem no Laboratório Central de Saúde Pública do Estado, (Lacen/RS) e na Fiocruz (RJ).
Quais são os sintomas?
Os sinais e sintomas clínicos do novo Coronavírus são semelhantes aos da gripe ou resfriado. Em casos mais graves, podem ser iguais à pneumonia, com infecção do trato respiratório inferior
Geralmente o paciente apresenta febre, tosse e dificuldade para respirar.
Como é o tratamento?
Basicamente, o tratamento é repouso e consumo de bastante água. Também é indicado o uso de medicamento para dor e febre, como antitérmicos e analgésicos.
É aconselhável o uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.
Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Como é definido um caso suspeito?
Pessoas que tenham chegado, nos últimos 14 dias, dos países apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com circulação do vírus e que tenham apresentado febre, tosse e dificuldade respiratória. A relação atual dos países com transmissão é: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia, Vietnã.
Pessoas que tenham histórico de viagem para os países com transmissão local, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e que tenham apresentado febre, tosse e dificuldade de respirar, nos últimos 14 dias depois de sua chegada.
Pessoas que tenham histórico de contato próximo de caso confirmado em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento de febre, tosse e dificuldades respiratórias.
Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos.
Como prevenir?
• evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
• realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
• utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
• evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• manter os ambientes bem ventilados;
• evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
• evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Qual a diferença entre gripe e o novo Coronavírus?
No início da doença, não existe diferença quanto aos sinais e sintomas de uma infecção pelo novo coronavírus em comparação com os demais vírus. Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local. Apenas pessoas que tenham sintomas e tenham viajado para Wuhan são suspeitos da infecção pelo coronavírus.
Qual o risco de viajar para o exterior?
Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo Coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para o exterior devem ser realizadas apenas em casos de extrema necessidade. Essa recomendação vale até que o quadro todo esteja bem definido.
Quais são as orientações para portos e aeroportos?
Aumentar a sensibilidade na detecção de casos suspeitos de Coronavírus de acordo com a definição de caso. Além disso, reforçar a orientação para notificação imediata de casos suspeitos nos terminais. Outra medida é a elaboração de avisos sonoros com recomendações sobre sinais, sintomas e cuidados básicos.
Também é importante intensificar procedimentos de limpeza e desinfecção e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), conforme os protocolos, sensibilizar as equipes dos postos médicos quanto à detecção de casos suspeitos e utilização de EPI e ficar atento para possíveis solicitações de listas de viajantes para investigação de contato.
Foram reforçadas as orientações para notificação imediata de casos suspeitos do novo Coronavírus nos pontos de entrada do país, além da intensificação da limpeza e desinfecção nos terminais.
Quando usar máscara?
A máscara de proteção deve ser utilizada por quem apresentar sintomas de febre e dificuldade respiratória e que tenham vindo, nos últimos 14 dias, dos locais apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com circulação do vírus.
A relação atual dos países com transmissão é: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia, Vietnã.
Ao apresentarem algum problema respiratório, estes pacientes devem procurar o serviço de saúde já usando a máscara de proteção, daí se desencadeia a notificação, a coleta e o tratamento, que pode ser em casa ou em hospital.
*fonte: secretaria estadual da Saúde