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Escola Liberato: comunidade se mobiliza contra esvaziamento

Pais, alunos e professores pertencentes à comunidade escolar, atendida pela Escola Estadual Liberato Salzano Vieira da Cunha, localizada no Bairro Tupinambá, em Cachoeira do Sul, se mobilizam contra uma decisão tomada pela 24ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

A proposição, já comunicada à direção e ao conselho escolar da Escola Liberato, prevê para 2024 a transferência professores e de oito turmas do 2º ao 5º ano – que participam do turno integral – para a Escola Estadual de Ensino Fundamental Juvêncio Soares, no Bairro Soares.

O objetivo é evitar que este estabelecimento de ensino não seja municipalizado. Atualmente, a Juvêncio funciona em meio turno e possui 87 alunos.

Esvaziamento da Escola Liberato: Escola Juvêncio Soares / Crédito: Reprodução

Nesta segunda-feira (28) à noite a direção da Escola Liberato têm um encontro com os pais de cerca de 200 alunos. “Nossa ideia é ampliar as informações às famílias e buscarmos uma posição oficial quanto à decisão, que nos foi comunicada há uma semana”, disse a diretora da Liberato, Marilda Félix.

Ela salientou que são 13 anos de turno integral e que as famílias – a maioria dos bairros Tupinambá, Bom Retiro e Barcelos – estão satisfeitas com a metodologia de ensino e ressaltam a estrutura e a qualidade de ensino da Escola Liberato, que atende o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

LIBERATO TEM TURNO INTEGRAL NO MÉDIO
A Escola Liberato possui duas turmas do Ensino Médio em turno integral, conforme decisão da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Quando implantado este ano, foi informado de que salas de aulas seriam construídas, porque em 2024 mais turmas do médio irão para o turno integral.

No entanto, isto acabou não acontecendo até agora. A diretora da Liberato garante, que mesmo sem a construção de pelo menos mais duas salas de aula, a instituição tem espaço para as novas turmas do Médio no turno integral. “Trata-se de uma questão de adequação e isto nós já resolvemos”, garante Marilda Félix.

Escola Liberato / Crédito: OC/Arquivo

MUNICIPALIZAÇÃO X JUVÊNCIO SOARES

Na prática, a 24ª CRE que evitar a municipalização da Escola Juvêncio Soares, que cai no agrado da Prefeitura para ampliação do ensino municipal.

A saída, neste caso, seria, portanto, a transferência de turmas para aumentar o contingente estudantil e tornar a Juvêncio, que possui 63 anos de existência,viável e a Escola Liberato ficaria só com o Ensino Médio e a EJA.

A municipalização da escolas estaduais que trabalham no Ensino Fundamental já começou no RS.

A ideia da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) é repassar às prefeituras primeiro as turmas do 1º ao 5º ano e, no futuro, do 6º ao 9º ano. Seriam atingidas as escolas que funcionam em meio turno e com número baixo de alunos. Este é o caso da Escola Juvêncio Soares.

CPERS DEFENDE INVESTIMENTO

Segundo o Cpers Sindicato, um dos argumentos mais utilizados tanto pela Seduc quanto pelo presidente da Assembleia Legislativa, Vilmar Zanchin (MDB), que vem realizando reuniões regionais para tratar o assunto pelo estado, é a melhoria da qualidade do ensino.

No entanto, o Cpers defende que, muito antes da municipalização, é imprescindível investir efetivamente na infraestrutura das instituições, valorizar salarialmente professores(as) e funcionários(as) de escola e respeitar o projeto político-pedagógico das escolas para melhorar a educação estadual.

Para o sindicato, a municipalização representa muito mais do que uma troca de gestão; ela acarreta a descontinuidade do processo pedagógico, rompe vínculos e desestimula estudantes, contribuindo para a evasão escolar. “Além disso, ao municipalizar as escolas do estado, educadores(as) podem ficar sem seus postos de trabalho”, destaca o Cpers.

Quem foi?

Esvaziamento da Escola Liberato: nome de educandário presta homenagem a ex-prefeito Liberato Salzano Vieira da Cunha / Crédito: Reprodução

Liberato Salzano Vieira da Cunha (Cachoeira do Sul, 1 de outubro de 1920 — Bagé, 7 de abril de 1957) foi um jornalista, político e diplomata brasileiro e secretário da Educação do Rio Grande do Sul. Ainda ajudou a fundar o Centro Ação Católica e membro do Partido Social Democrático (PSD).

Foi prefeito de Cachoeira do Sul entre 1947 e 1950. Foi eleito, em 3 de outubro de 1950, deputado estadual, pelo PSD, para a 38ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No ano seguinte renunciou para assumir a Secretaria Estadual de Educação, no governo Ildo Meneghetti.

Escola Liberato / Crédito: OC/Arquivo

Reeleito, em 3 de outubro de 1954, deputado estadual, para a 39ª Legislatura, permaneceu no posto de secretário de Educação, faleceu em acidente aéreo, em Bagé, em 1957.

 

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