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Estiagem acende alerta para irrigação em Cachoeira e região

Rio Irapuá está entre as fontes de recursos hídricos mais castigadas pela estiagem que assola Cachoeira e o RS / Foto: Milos Silveira/OC

 

O baixo nível dos rios e arroios em razão da forte estiagem que assola o Rio Grande do Sul desde o começo do verão acende um alerta para a disponibilidade de água para irrigação das lavouras de arroz. Embora para o agronegócio de Cachoeira do Sul a situação até nem seja das mais críticas por causa do Rio Jacuí e da Barragem do Capané, que concentram maior capacidade d’água, há lavouras no interior do município onde a situação se agrava e preocupa por serem irrigadas com água de arroios e açudes com potencial hídrico bastante inferior.

Arroios e rios de menor porte como Piquiri, Botucaraí, Santa Bárbara e Irapuá correm sério risco de secar caso não ocorram chuvas significativas nos próximos dias. “A chuva prevista para o fim de semana talvez até ajude, mas caso se confirmem as previsões, não surtirão maior efeito”, analisa o coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), engenheiro agrônomo Pedro Trevisan Hamann.

O Rio Irapuá, por exemplo, tem se caracterizado pela oscilação do nível de suas águas, embora não não haja registro de falta de recursos hídricos para irrigação. Relatos de pessoas que convivem rotineiramente com o rio dão conta de que, por vezes, as águas chegam a parar de correr em determinados momentos do dia, enquanto em outros a correnteza volta a ganhar intensidade.

De acordo com o Instituto Climatempo, entre esta quinta-feira (12) até segunda-feira (16), os volumes acumulados previstos para Cachoeira do Sul devem chegar a 40 milímetros. Com a situação atual de ausência de umidade, uma chuva mais volumosa, capaz de fazer correr água no solo, deveria ter um volume superior a 100 milímetros para ter um efeito maior sobre a agricultura.

Embora a situação de Cachoeira do Sul não seja das mais críticas, em municípios da região a situação é extremamente preocupante. É o caso de Novo Cabrais e Cerro Branco, que têm uma dependência maior do Rio Botucaraí para irrigação de suas lavouras. Na Quarta Colônia, é crítica a situação do Rio Soturno, onde já começa a faltar água para irrigar as lavouras de São João do Polêsine e municípios dos arredores.

SAFRA 2022/2023 EM CACHOEIRA DO SUL

Dados do Irga apontam que Cachoeira do Sul deve cultivar, na safra 2022/2023, 22.663 hectares de arroz, um decréscimo de 10,9% em relação ao período anterior. Os números são preliminares e referem-se à intenção de plantio divulgada em agosto. A finalização dos dados pelo Irga deverá acontecer nos últimos dias de janeiro.

Na contramão do arroz, a soja terá uma alta de área plantada na ordem de 3,06% e deverá chegar a 108.772 hectares, segundo dados da Emater. No entanto, a falta de chuva preocupa porque a maior parte das lavouras, principalmente de variedades precoces, encontra-se em floração, ou seja, em fase reprodutiva, que é quando a planta mais necessita de umidade.

Segundo o Irga, a intenção de plantio de soja na várzea na safra 2022/2023 teve um salto de 17,7% e deverá chegar a 13.179 hectares em Cachoeira do Sul.

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