O presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul, Isaac Delivan Lopes Ortiz, concedeu entrevista ao programa Vale Informação – da Rádio Vale FM 99.1, nesta quarta-feira (22). Em pauta, a morte do escrivão de Polícia Daniel Abreu Mendes, de 40 anos, lotado na Delegacia de Guaíba.
Na manhã desta terça-feira (21), Mendes cumpria um mandado de busca e apreensão na cidade de Butiá, na região carbonífera. Segundo informações da Polícia Civil, a ordem judicial tinha como um dos alvos uma mulher investigada por tráfico de drogas.
O escrivão foi atingido por um dos moradores da casa, que reagiu quando a equipe chegou à residência. De acordo com informações preliminares, o assassino é um adolescente de 17 anos, supostamente companheiro da mulher que era alvo do mandado de busca e apreensão e que, de acordo com informações, já posssui antecedentes por homicídio. Mendes chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A mulher foi presa em flagrante e o assassino foi apreendido.
A vítima era natural de Brasília e ingressou na Polícia Civil na penúltima turma de aprovados, em maio de 2023. Sua primeira lotação foi na cidade de Tapes, sendo transferido posteriormente para Guaíba. A operação de combate ao tráfico de drogas, desta terça-feira, é da Delegacia de Butiá e contou com o apoio da Delegacia Regional de Guaíba, onde Daniel trabalhava.
Em 2019, a UGEIRM já alertava e cobrava uma avaliação aprofundada sobre os procedimentos nas operações policiais. Na época, um colega havia sido morto durante uma operação policial. “A discussão não foi encaminhada e, mais uma vez, vemos um colega perder a vida durante uma operação policial”, lamentou o presidente da entidade.
Ortiz ainda destacou que “a categoria está consternada”.
“A perda de um colega em serviço é um golpe sempre muito difícil de assimilar. Sabemos que o nosso trabalho sempre tem um risco grande, mas nunca estamos preparados para lidar com a perda de um policial civil. Daniel tinha acabado de começar a sua trajetória na polícia civil e tinha um grande futuro na nossa instituição. É muito difícil de mensurar a dor dos familiares e dos colegas que trabalhavam cotidianamente com Daniel. Nesse momento de tanta dor e tristeza, o principal é acolhermos e cuidarmos dos familiares e dos amigos do escrivão Daniel. A UGEIRM está apurando as circunstâncias da morte do nosso colega e vai cobrar do Governo que sejam garantidos todos os direitos da família dele, pelo estado, como a pensão integral por morte em serviço. O Sindicato também vai organizar um protesto pra chamar a atenção da sociedade para a realidade do trabalho policial no nosso Estado”
presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz