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Episódio #9 – Série Especial Cachoeira do Sul – 200 anos

Crédito: Arquivo

De saúde frágil e pequena estatura, João Neves crescia quando tomava a palavra para si. Precisou afastar-se de Cachoeira diversas vezes para tratamento de problemas pulmonares. Seu médico particular foi o também político Balthazar de Bem. Estabeleceu uma banca de advocacia e desenvolveu relações de trabalho com Maurício Cardoso e Odon Cavalcanti que começaram na área do Direito, mas seguiram no campo político. Foi deputado estadual por duas legislaturas, deputado federal, vice-presidente do Estado,  embaixador do Brasil em Portugal e ministro das Relações Exteriores.

João Neves foi membro das Academias Rio-Grandense e Brasileira de Letras. Seu livro Memórias, em dois volumes, é um dos mais valiosos registros do período de Borges de Medeiros à frente do Rio Grande do Sul e da Revolução de 1930, momento político do país em que teve participação importante. Morreu no Rio de Janeiro, em 31 de março de 1963. Em sua homenagem, Cachoeira do Sul denominou uma escola, uma avenida e o Palácio Legislativo, sede da Câmara Municipal. O atual Instituto Estadual de Educação João Neves da Fontoura carrega seu nome desde 1931, quando por ato do interventor José Antônio Flores da Cunha a Escola Complementar de Cachoeira passou a se chamar Escola Normal João Neves da Fontoura.

Crédito: Arquivo

O excelente relacionamento que João Neves da Fontoura mantinha com o Dr. Borges de Medeiros, Presidente do Estado, beneficiou Cachoeira. Aníbal Loureiro, em 1921, havia iniciado as importantes obras de saneamento de que a cidade carecia, seguindo projeto elaborado pelo sanitarista Saturnino de Brito.

No mesmo ano, a inauguração da primeira hidráulica foi um marco. Francisco Gama seguiu as obras de distribuição de água e rede de esgotos e João Neves, seu sucessor político, dedicou seus três anos à frente da Intendência Municipal para concretizar essas obras. Inaugurou a segunda hidráulica, da qual faziam parte o reservatório da Praça Borges de Medeiros e o Château d’Eau, além de calçar e embelezar ruas e praças, instalar um dispensário público, aumentar o número de escolas e trazer a modernidade dos anos 1920 para Cachoeira. “As obras que lá deixei ficam longe de quanto devo à minha terra”, destacou em uma das mais célebres frases sobre sua cidade natal.

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