A coluna recebeu contato do vereador Marcelo Figueiró (MDB). Faz sentido, uma vez que nossa publicação anterior comentava sobre uma proposta sua: as sessões duplas. A expressão parece óbvia, mas como é preciso por vezes explicar quase que desenhando, segue: são duas reuniões por semana na Câmara. E é aí que a confusão começa. Mais uma, aliás. Afinal, a política cachoeirense, de vez em quado, é um tropeço atrás do outro. Voltando ao nosso assunto, os corredores do Palácio Legislativo são palco de teorias e mais teorias. Uma delas indica que o real propósito do projeto é beneficiar o concorrente da empresa que atualmente realiza a divulgação do resumo das sessões. Por não ter edições diárias, a vencedora legítima do processo ficaria impedida de seguir prestando o serviço. Por consequência, sua concorrente passaria a veicular os resumos e a ganhar o montante previsto no lugar. “Sinceramente, não fazia ideia que elas (teorias) existiam, principalmente sobre as duas sessões e a necessidade de duas publicações dos trabalhos em jornal, porque seriam mais reuniões ordinárias. Te agradeço pela informação”, mandou Figueiró para nossa coluna. De nada, vereador. “Ora, esta necessidade, apontada pelos linguarudos, inexiste”, garante o emedebista
Conforme nos conta, o resumo dos trabalhos já é um… “resumo”. Replico trecho daqui mesmo: a “expressão parece óbvia, mas como é preciso por vezes explicar quase que desenhando”…
Ainda de acordo com Figueiró, “muitas das ações que apresentamos como pedidos de providências e pedidos de informação, várias vezes sequer chegam até a publicação impressa, por dificuldades diversas. Então nada muda. No máximo o que teremos que fazer é resumir as duas sessões em uma mesma publicação, dando ênfase ao que é significativamente relevante. Talvez a jornalista da Câmara, que é ótima, tenha que fazer um pouco mais de esforço, mas nada além disto”. Bom trabalho.
O desejo – segundo o autor da proposta – é que os vereadores tenham mais espaço para fazer “o que é indiscutivelmente o sentido de sua função: poder parlar sobre os problemas da cidade”. Figueiró também quero que a Casa Legislativa esteja sintonizada com “os desejos da população, que cobra, faz tempo, que uma sessão por semana é muito pouco”.
O vereador ainda questionou: “nunca ouviste alguém dizer que os vereadores só trabalham um vez por semana?”. Ouvimos. “Eu ouvi”. Nós também. “Não concordo e quero comprovar o contrário com as duas sessões”. Figueiró lembra que a ideia não é nova. Mas o que é novo, afinal? Tudo é cópia. Ou melhor. Quase tudo. Se a cópia for de ideias de vários, aí é pesquisa. Na década de 1970, já era assim. “Depois, meu pai apresentou uma proposição idêntica na legislatura 1993/1996, que infelizmente não foi aprovada”, avaliou Figueiró para a nossa coluna.
Na opinião do parlamentar, a realização de duas sessões é “bom para todo mundo”. Seria bom para a população “que deseja isto”; para os vereadores “que terão mais tempo de mostrar seu trabalho”; para imprensa “que terá mais conteúdo para discutir” e para cidade “que tem muitos problemas para serem debatidos em duas sessões”. “Busquemos soluções para os problemas e não problemas para as soluções”, enfatizou o vereador na sua busca em solucionar o que está errado. Ou seja, Cachoeira do Sul tem tantos desafios que uma sessão só por semana é pouco. Ou “muito pouco”, conforme o próprio Figueiró. O emedebista emenda dizendo que a teoria suscitada efetivamente é coisa de “linguarudo”.
Tem gente que fala. Tem gente que ouve. Tem gente que não fala. E tem tem gente que não ouve. Tem gente que fala o que não ouviu. Tem gente que ouve o que não falaram. E tem gente que não fala o que ouviu. É muita gente. É muita fala. E muitos ouvidos. E várias entrelinhas…