Crédito: Emater
Entre janeiro e maio de 2023, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 8,5 bilhões, uma alta de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior valor para o período na série histórica, iniciada em 1997. A soma representa 6,2% do total vendido ao exterior pelo Brasil, número que coloca o Estado na sexta colocação entre os maiores Estados exportadores do país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. O agronegócio se destaca na cartela de produtos mais comercializados, com oito dos dez produtos mais exportados.
No topo da lista, os cereais foram os produtos mais vendidos no período, com embarques de US$ 916,24 milhões, uma queda de 5,5% em relação ao mesmo período de 2022, o que representa 10,8% do total. O fumo não manufaturado (US$ 790,94 milhões, + 16,7% em relação ao mesmo período de 2022), o farelo de soja (US$ 712,10 milhões; + 14,1%), a soja em grão (US$ 695,11 milhões; + 42,5%) e a carne de frango (US$ 575,20 milhões; – 2,0%) completam a lista dos cinco produtos mais comercializados.
Os números das exportações gerais do Estado foram divulgados nesta segunda-feira (19/6) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Os dados do material, elaborado pelos pesquisadores Ricardo Leães e Sérgio Leusin Júnior, usam como fonte o Sistema ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Mesmo após um período de estiagem, em termos percentuais, os produtos do complexo soja estão entre os maiores avanços nas vendas nos cinco primeiros meses do ano. Ainda que o Estado tenha sido afetado novamente pela falta de chuva em 2023, a previsão é de aumento significativo na produção e na disponibilidade dos produtos para exportação.
“No caso do complexo soja, embora o ritmo de negócios tenha crescido em maio e no acumulado do ano, a comercialização no mercado internacional desta temporada segue menos intensa que a anterior. O mercado externo está com grande expectativa para uma ampla oferta mundial da oleaginosa”, afirma Leães.
Entre os produtos não diretamente ligados ao agronegócio, o destaque entre janeiro e maio de 2023 foi para os calçados (US$ 264,22 milhões; – 5,7%) e para partes e acessórios de veículos automotivos (US$ 252,07 milhões; + 36,0%).
Destino das vendas
Os produtos do Rio Grande do Sul chegaram a 182 países entre janeiro e maio, com destaque para a China (15,5% do total), seguida pela União Europeia (13,4%), pelos Estados Unidos (10,2%), pela Argentina (6,0%) e pela Indonésia (3,8%). Em valores absolutos, o gigante asiático foi o destino que mais avançou em compras (+ US$ 160,80 milhões), puxado pelas vendas de soja em grão, carne suína, fumo não manufaturado e carne de frango. Com vendas totais de US$ 146,87 milhões, alta de 478,9%, Bangladesh registrou a maior alta percentual no comércio com o Estado, com destaque para o óleo de soja, o trigo e a soja em grão.
Entre as maiores baixas, a União Europeia teve queda de US$ 213,62 milhões no comércio com o Rio Grande do Sul, redução de 15,8% puxada pelas vendas menores de farelo de soja, fumo não manufaturado, polietileno e celulose. Marrocos, com redução de 80,6% por conta do comércio de trigo, e Chile (- 25,2%), que comprou menos produtos da indústria automotiva, foram outras baixas significativas no ranking do período.