Eleição do MTG

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Eleição do MTG
COLUNAS
15 de janeiro de 2020 - marcossilva

O 11 de janeiro de 2020 ficou marcado como um “dia histórico” no Movimento Tradicionalista Gaúcho do RS.  Pois na Assembleia Eletiva, inserida dentro do 68º Congresso Tradicionalista em Lajeado, (evento máximo do Movimento Tradicionalista) constatou-se a mais expressiva eleição para a presidência do MTG.  Quando se enfrentaram através do voto duas mulheres na disputa para o mandato do ano como presidente.

Elenir Wink (1) e Gilda Galeazzi (2).

Contabilizados 1.065 votos, sendo que destes 1.060 foram válidos e cinco inválidos, pois 3 constatou-se brancos e 2 nulos.  Cada concorrente contabilizou exatos 530 votos, como diz no vocabulário gaúcho, repartiram a cancha ao meio.

A Comissão Eleitoral presidida pelo Sr. José Araújo, usou como quesito desempate o Artigo 127 do Regulamento Geral do MTG:

“Art. 127 – Concluída a contagem de votos será considerada eleita a chapa mais votada.

Parágrafo único – Em caso de empate será considerada eleita a chapa que contiver o candidato mais idoso.

Porém, o Art. 35 diz: “Os Candidatos concorrerão por meio de chapa nominativa que contenha integralmente o número de componentes a serem eleitos titulares e suplentes, para o Conselho Diretor e Junta Fiscal”.

Assim sendo, a comissão eleitoral considerou vencedora Sra. Elenir Wink (1), que embora seja mais jovem que a Sra. Gilda (2), tinha inscrita em sua Chapa (1) um Conselheiro mais velho.

Então:  – Quem concorria mesmo?   – “A Chapa ou a Candidata? ”

Pois segundo consta, nas cédulas eleitorais dizia:  – Elenir (1)   ( )   – Gilda (2)  ( )

E agora gauchada?

Questão lógica ou interpretativa?

Elege-se quem? – “ A Chapa ou a Candidata? ”

Caso homologue-se a vitória da Sra. Elenir, muda a história do MTG, pois se conclui que a anos os tradicionalistas elegem uma chapa e não um presidente, e com certeza abrirá precedentes futuros.

A verdade é que cada uma das candidatas com seus méritos, com suas propostas, com suas metas de trabalho disputaram voto a voto dos patrões e delegados.  Sem tomar partido pró uma ou outra, notou-se claramente que os artistas e conjuntos de renome no cenário musical Riograndense uniram-se em prol da Candidata Gilda (2), por ansiarem maior atenção do MTG para com a nossa música tradicional gaúcha, e segundo muitos deles essa fatia importante da Tradição Gaúcha está a tempos fora das metas e preocupações principais do Movimento Tradicionalista.

Segundo alguns que entrevistei em meu programa (Alma Pampa, na 94.7 Cachoeira FM), falta um trabalho mais forte e um investimento maior do MTG nesta área. Uma maior fiscalização nas casas tradicionalistas que muitas vezes deixam penetrar no seu seio outros gêneros musicais como maneira de subsistência e manutenção deixando de lado a criatividade e o incentivo a musicalidade autentica gaúcha.

Quanto a Sra. Elenir (1), não tive nenhum conhecimento de nenhuma de suas propostas, pois ninguém de renome ou respeitabilidade no meio colocou para fora seus intentos (que poderiam até serem melhores), mas pelo que entendi, a preferência é de que ficassem dentro dos muros do palácio, com esquecimento total de que não são apenas os dirigentes (patrões, integrantes de patronagens, coordenadores e coordenadorias, etc…) que deviam ter alcance a suas propostas, novamente o esquecimento que “tradicionalistas”, não são apenas os dirigentes e o que alguns mais “emplumados” auto colocam-se em um patamar de “autoridade” para satisfazer o ego pessoal. Tradicionalistas são as pessoas que de uma forma ou outra colaboram com a causa tradicionalista sem deter cargo algum, e até mesmo de eventos tradicionalistas participam.

O que não se pode negar é que o Movimento Tradicionalista durante o ano de 2019, sofreu diversos contratempos, e os tradicionalistas no geral (os que não fazem parte do círculo dos reis), mas que são a grande massa tradicionalista (e não tem poder de voto) apenas tem que baixar a cabeça (ou não), e acatar o que é decidido por uma parcela “informada”; internautas integrantes das redes sociais de hoje não perdoam, cobram veementemente. Principalmente os mais afoitos e tradicionais, e por suas opiniões e sugestões muitas vezes são até punidos.

Nossa cultura Gaúcha é uma das mais bonitas e respeitadas na Federação, por ter história, por ter identidade própria. E temerário que “se considerado um erro de interpretação” o pleito eleitoral ocorrido em 11 de janeiro, que é histórico, por ter em disputa duas mulheres, quebrando o paradigma de que o Gaúcho é machista venha repartir (como nos votos), o que era para ser considerado de maior integração.

A “eleição”, inegavelmente teve desdobramentos negativos.  Pois parou na justiça (o que pelo resultado dúbio não deixou outra alternativa).

Por isso faz-se necessário um esclarecimento profundo por parte dos dirigentes do Movimento Tradicionalista puro e sem tendências, a toda a sociedade gaúcha, para que o que “vinha capengo, não manque de vez”.  Aguardemos os desdobramentos e esperamos que a justiça (a qual confio), resolva o impasse e este tenha as menores sequelas possíveis ao Movimento Tradicionalista Gaúcho.

 

AGENDA TRADICIONALISTA DE CACHOEIRA DO SUL:

  • 8 de fevereiro:  12º Jantar Baile de Ramada do CTG Estância do Chimarrão
  • 20h30min na sede social no Passo do Moura – Cachoeira do Sul
  • Animação: Origem Gaúcha (Porto Alegre) e Clenio Bibiano e Os Conterrâneos (Cachoeira do Sul)