Antes, o prefeito dizia ser um “construtor de pontes”. No último ano de seu mandato, Sérgio Ghignatti parece ter levantado mais muros e implodido canais de diálogos com segmentos profissionais e da sociedade cachoeirense. Sem querer conversar com professores municipais e nem conceder entrevistas para veículos de comunicação ligados com a Família Germanos, é a vez de taxistas padecerem. Oito meses depois de um primeiro contato, no qual o chefe do Executivo Municipal garantiu que iria atuar contra a clandestinidade e na regularização de aplicativos de transporte, nada de efetivo foi feito. A situação motivou a classe a procurar mais uma vez o prefeito. “Foram quatro palavras dele. Foi embora e passou para secretários”, relatou um dos representantes de taxistas na cidade, Lucas Lopes, durante uso da Tribuna Popular na sessão da Câmara de Vereadores, na tarde desta segunda-feira (2).
Ainda de acordo com Lopes, o debate em torno do tema chegou ao ponto do prefeito ameaçar chamar a Polícia. “Esta faltando vontade do nosso prefeito. Não somos contra os aplicativos de transporte. Só tem que regularizar. Somos contra o clandestino”, justificou o representante. “O Sol nasceu para todos. Mas para todos dentro da Lei”, observou Lopes.
Conforme pontuou, Cachoeira do Sul já abriga quatro aplicativos e caminha para o quinto. “Pegam passageiros até na rodoviária, parada de ônibus, mercados… São aplicativos. Se regularizados, podem atuar na cidade. Mas não são táxis. Tem taxista tirando R$ 15… R$ 20 por dia…”, lamentou.
Lopes ainda explanou que veículos de aplicativos de transporte são adesivados, fazendo propagando do serviço prestado. “Tem cidades em que isso não acontece”, acrescentou o representante dos taxistas, lembrando ainda do uso de uma espécie de central para receber chamadas de passageiros. “Nossa reivindicação é que a Câmara observe o projeto feito pelo Jurídico, quando chegar”, completou. “Já são três anos de clandestinos que ainda anunciam em redes sociais e com cartões. Do jeito que está em Cachoeira, é só pegar aplicativo de Porto Alegre ou de São Paulo e começar na cidade. Viram que não tem fiscalização e que não dá em nada”, apontou o representante.
A participação de Lopes atendeu ao pedido feito pela vereadora Telda Assis (PT).