A diretora de Atenção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, enfermeira Mariana Bortolazo, utilizou a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul nesta segunda-feira (7) para abordar a importância da rede de atenção primária à saúde. A participação ocorreu a convite do vereador Magiver Dias (Republicanos) e coincidiu com o Dia Mundial da Saúde.
Durante os dez minutos de fala, Mariana reforçou a relevância da atenção básica como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e defendeu com firmeza a eficácia das vacinas. “Ainda vivemos tempos em que se questiona a eficácia das vacinas, mesmo elas sendo responsáveis por grandes avanços na saúde pública”, lamentou.
Mariana também explicou que a saúde vai muito além da consulta médica ou de um posto de atendimento. “Para garantir saúde, é preciso ter alimentação, moradia, saneamento básico, trabalho, educação, transporte, lazer e acesso a todos os serviços essenciais. A saúde é um direito de todos e dever do Estado”, afirmou, citando a Lei 8.080 de 1990, que regulamenta o SUS.
Rede integrada e atuação territorial
Segundo a diretora, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são o centro da rede, que deve funcionar de forma integrada com os demais níveis de atenção, bem como com a assistência social e a educação. Ela citou, por exemplo, o programa Saúde na Escola (PSE) e a recente iniciativa do governo estadual “Imuniza Escola”, que reforça a importância da vacinação dentro do ambiente escolar.
Mariana ainda ressaltou que, apesar da divisão territorial, todos devem ter acesso amplo aos serviços, especialmente no caso das imunizações. “Jamais devemos limitar o acesso por território”, defendeu.
Grupos de convivência e ações preventivas
Entre as estratégias adotadas nas UBSs, Mariana destacou os grupos de convivência voltados a públicos específicos, como gestantes, hipertensos, diabéticos e idosos. “É uma forma de atender mais pessoas ao mesmo tempo e promover educação em saúde”, enfatizou.
A diretora também mencionou ações como salas de espera com palestras informativas e atividades extramuros. “Nosso objetivo é dar conhecimento para que cada pessoa tome decisões conscientes sobre sua própria saúde”, reforçou.
Reuniões de equipe e metas do Ministério da Saúde
Outro ponto abordado foi a realização de reuniões mensais das equipes de saúde da família e atenção primária, prática que, segundo ela, ainda sofre críticas. “Mas são fundamentais. Avaliamos indicadores, discutimos vulnerabilidades do território e planejamos como buscar quem ainda não está acessando os serviços”, destacou. Mariana lembrou que, sem o cumprimento de metas, os recursos do Ministério da Saúde deixam de ser repassados aos municípios.
Desafios permanentes
Encerrando sua participação, Mariana reconheceu as dificuldades de manter um sistema de saúde público eficiente em um país continental como o Brasil. “Assim como no país, o município precisa estar sempre ajustando o sistema e atento a doenças emergentes, como foi o caso da Covid-19”, concluiu.