Neste sábado (22) é Dia do Folclore no Brasil. Data de exaltar o conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, contos, mitos, lendas, músicas, danças e festas populares de uma cultura e de uma região. O termo foi criado em 1846, pelo arqueólogo inglês William John Thoms, estudioso da cultura popular, que uniu as palavras “folk”, que em português significa povo, popular e “lore”, cultura, saber.
Em agosto de 1965, a data, que é celebrada em todo o mundo, passou a fazer parte do calendário brasileiro. Foi criada para ressaltar a importância e a valorização das manifestações folclóricas do país.
Quem não se lembra das cantigas de roda? De personagens como Curupira, Caipora e de tantas outras figuras, fruto da imaginação popular?
Quem não se lembra da lenda do Uirapuru, nome comum a diversas aves, e que inspirou um mito indígena sobre uma linda história de amor? Da encantadora Yara, a bela índia que dorme na Vitória Régia e a todos encanta?
Religiosidade, crenças e fé, contos, poemas e poesias também são ingredientes do nosso folclore, que reflete ainda aspectos das culturas indígena, africana e europeia.
Um menino que só tem uma perna, fuma um cachimbo e usa um gorro vermelho. Um jacaré gigante que atormenta as crianças e uma mula que expele fogo pelo pescoço. Conhecem esses estranhos personagens? Eles fazem parte do riquíssimo folclore brasileiro.
Algumas histórias desses mitos e lendas variam de acordo com as diferentes regiões do Brasil. Isto porque cada personagem do folclore possui sua própria história e características diferentes. Será que você os conhece?
Para destacar a passagem da data, confira alguns mitos e lendas que tornam o Folclore do Brasil tão encantador:
O Saci-Pererê
Acredita-se que o Saci-Pererê tem origem nas tribos indígenas da Região das Missões, no Sul do país. E foi de lá teria se espalhou por todo o país. Verdade ou não, o fato é que o menino negro, de um perna só, short e gorros vermelho é uma das figuras folclóricas mais conhecidas. Não usa camisa e nem sapato. Está com os braços escondidos atrás das costas e tem um olhar de danado. O Saci está sempre com um cachimbo na boca, pulando para lá e para cá. É um menino agitado que aparece com um redemoinho e que adora pregar peças nas pessoas. Ele adora, entre outras travessuras, esconder os objetos que dificilmente são encontrados novamente ou confundir as pessoas e fazer com que se percam.
Cuca
Quem nunca ficou com medo de ser raptado ao ouvir a cantiga “Nana neném que a Cuca vem pegar…”?
A lenda da Cuca parece ter surgido na Espanha e Portugal. Lá ela era chamada de “Coca” e tinha a forma de um dragão. Acredita-se que a lenda tenha viajado até o Brasil na época da colonização portuguesa. Mas fama mesmo ela ganhou muitos anos depois, nas histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Associada ao bicho papão, a figura da Cuca é usada para fazer medo às crianças que não obedecem seus pais e não querem dormir.
Curupira
Defensor da natureza, o Curupira vive nas matas brasileiras, tem os cabelos vermelhos e os pés virados para atrás. O seu nome tem origem tupi-guarani e sua função é espantar todos que querem destruir as matas. Para cumprir sua missão, emite sons e assovios que dão medo. E é muito difícil encontrá-lo, pois, quando anda, suas pegadas vão marcando o caminho contrário que ele está fazendo.
Lobisomem
O nome já diz tudo. É a mistura de um lobo com um homem. Segundo a lenda do Lobisomem, quando uma mulher tem sete filhos e o oitavo nasce homem, este último será um Lobisomem. Ao longo do dia, ele é homem. A partir da meia-noite, nas noites de lua-cheia, se transforma em Lobisomem. Ele se alimenta de sangue, e, segundo a mitologia, é violento. A lenda da mistura entre lobo e homem tem origem na Europa.
Mula sem cabeça
É uma mula, mas foge do normal. Ela não tem cabeça e expele fogo através do pescoço. A lenda diz que quando uma mulher namora um padre, como forma de maldição, ela é transformada em uma mula sem cabeça. Das noites de quinta-feira para sexta-feira, a mulher vira o animal e solta fogo pelo pescoço, enquanto sai galopando na escuridão.
Boto
Dizem que nas noites de festa junina, na Amazônia, o boto sai do rio e transforma-se em um homem belo e atraente. Ele seduz as mulheres, as leva para o fundo do rio e as engravida. A lenda do boto tem origem na região Amazônica, onde é comum encontrá-lo.
Negrinho do Pastoreio
Depois de ter sido injustamente acusado de perder um dos cavalos do seu dono, um menino escravo teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Como não achou o animal, o patrão fez o menino passar a noite dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Pela lenda, foi um milagre que salvou o menino. O Negrinho do Pastoreio é uma lenda típica da região Sul e o menino é considerado o protetor das pessoas que perdem algo.
Fonte: Câmara dos Deputados