Técnicos da Defesa Civil do Estado estiveram nesta sexta-feira (28) em Cachoeira do Sul para discutir com o prefeito Leandro Balardin sobre a erosão do barranco dos fundos do Cemitério das Irmandades. A situação se agravou ao longo do ano passado devido às fortes chuvas e à ação exercida pelas águas do Rio Jacuí sobre o solo daquele local.
A visita aconteceu depois que Balardin solicitou, em encontro recente com o governador Eduardo Leite, o apoio do Estado para uma solução definitiva para o caso. Além do prefeito Balardin e de integrantes do governo municipal, participaram do encontro nesta sexta-feira representantes da Mitra Diocesana e técnicos que prestam serviço para a Mitra. (CONTINUA ABAIXO DA PUBLICIDADE)
Após uma análise de fotos e diálogo sobre os estudos já feitos, o grupo se dirigiu ao local para conhecer a situação. “Nossa preocupação, além do cemitério e das residências, é com a estrutura do HCB (Hospital de Caridade e Beneficência”, explicou Balardin. Ele disse que os valores para o projeto e para a obra prevista, mesmo que preliminarmente levantados, são impossíveis de serem arcados pelo município e que é necessário, além da expertise técnica do Estado, o aporte de recursos de outras esferas do poder para que obras sejam viabilizadas e o problema, solucionado.
Reunião para tratar da situação estrutural do Cemitério das Irmandades aconteceu nesta sexta-feira na Prefeitura de Cachoeira do Sul, com a presença de representantes da Defesa Civil do Estado / Foto: Eloisa Uliana/PMCS
A SITUAÇÃO DO CEMITÉRIO DAS IRMANDADES
No segundo semestre de 2023, rachaduras que surgiram em sepulturas do Cemitério das Irmandades situadas próximo ao muro que faz limite que com o barranco que margeia o Rio Jacuí acenderam o alerta da Mitra Diocesana. Técnicos contratados pela administração do cemitério constataram, preliminarmente, que houve movimentação de solo no local, um sinal de que o barranco já se encontrava em situação de erosão, o que se agravou durante a chuvarada que culminou com a histórica enchente de maio.
No dia 2 de maio, parte do barranco desmoronou e sepulturas acabaram ruindo. Diante da situação de comprometimento geológico, as mesmas sepulturas que desabaram junto com o barranco já haviam passado por trabalho de remoção de restos mortais de sepultados por questões de segurança ambiental. A Mitra Diocesana, responsável pela administração do Cemitério das Irmandades, chegou a suspender as visitas ao local na ocasião.
Uma empresa de Santa Maria contratada pela Mitra fez uma análise geológica do solo do Cemitério das Irmandades. Na época, a constatação preliminar era de que o solo se movimentou por conta dos grandes volumes de chuva e enxurradas que vinham acontecendo no município desde setembro de 2023 e que se intensificaram em volumes maiores em curtos espaços de tempo na segunda quinzena de dezembro do mesmo ano. A situação se agravou ainda mais em maio de 2024, com as chuvas sem precedentes que resultaram na maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul. Desde então, mais de 120 famílias já foram notificadas sobre sepulturas afetadas em diferentes graus de intensidade e comprometimento estrutural.