Moradias à beira de sangas e nas proximidades do Rio Jacuí são alvo constante de preocupação da Defesa Civil. Fotos: Divulgação.
A Superintendência da Defesa Civil de Cachoeira do Sul, referência em organização para o RS, apesar de ter um raio-x das famílias residente nas áreas de risco tem se deparado com uma situação preocupante, conforme o superintende Edson das Neves Júnior. Trata-se do constante surgimento de novas moradias em pontos considerados impróprios e, neste caso, alvos de inundações pelo Rio Jacuí e possíveis deslizamentos de terra em espaços à beira de sangas e arroios.
No mapa de Defesa Civil aparece o registro de 1.300 famílias morando em área de risco o que significa a existência de cerca de 5 mil pessoas. Só que este número muda a todo o momento devido ao avanço clandestino de novas construções, que se espalham mais precisamente por dois bairros: Cristo Rei e Tibiriçá.
O Bairro Cristo Rei tem vários locais nevrálgicos, porque está próximo das margens do Rio Jacuí, que quando sobe seu nível como aconteceu em setembro e em outubro, um número significativo de famílias ficam desabrigadas ou desalojadas. Este ano, as cheias do Jacuí atingiram mais moradias. “Surgem a todo momento novas casas”, disse o superintendente Edson Júnior, acrescentando que o poder público deve exercer seu poder de fiscalização.
Exemplos estão por todo o lado no Cristo Rei, mas dois locais são os mais preferidos para novas moradias, que assim que são concluídas recebem energia elétrica e água potável. Uma deles fica próximo à confluência do Jacuí com o Arroio Amorim e o outro está localizada no final da Rua Esperanto. Nesta área, em meio à mata nativa, é possível de se ver as novas moradas e outras sendo preparadas para serem erguidas. Só que esta área é de extremo risco, porque basta o Jacuí subir para que estas casas sejam totalmente inundadas como aconteceu recentemente.
DEFESA CVIL: CONSTRUÇÕES ÀS MARGENS DE SANGAS SÃO RISCO CONSTANTE
No Bairro Tibiriçá , uma sanga de grande profundidade que faz a divisão com o Bairro Universitário, está tomada de casas ao seu redor. O risco de deslizamento de terra é iminente e na área também são visíveis novas casas sendo construídas sem a devida fiscalização do poder público. “Neste local, as moradias ou estão dentro da sanga ou nas suas margens”, disse o superintendente da Defesa Civil, Edson Júnior, acrescentando que em caso de chuva forte, a área tem atenção total. Nas últimas chuvas, foi preciso uma operação da Defesa Civil para evitar queda de casinhas devido à erosão dos barrancos.
Há outros pontos da cidade que também merecem alerta da Defesa Civil como no Bairro Santo Antônio e Bom Retiro. No Santo Antônio, as casinhas ocupam o antigo leito da rede férrea – local de constantes alagamentos – e as margens do Arroio Amorim, no Bom Retiro, onde o surgimento de novas moradas é constatado diariamente.
ÁREAS DE RISCO MAPEADAS PELA DEFESA CIVIL
Os locais mapeados pela Defesa Civil estão localizados nos bairros:
– Santo Antônio, Ponche Verde, Tibiriçá, Cristo Rei, Bom Retiro, Barcelos, Marina, Marques Ribeiro, Carvalho, Universitário e Noêmia.
DEFESA CIVIL: SEM FISCALIZAÇÃO
A Prefeitura de Cachoeira do Sul não esboça nenhum cronograma para fiscalizar as edificações clandestinas. Enquanto isto, as área de risco continuam tendo a preferência das construções que a cada ano aumento substancialmente.
Saiba mais sobre a atuação da Defesa Civil de Cachoeira do Sul
Após a estruturação da Superintendência da Defesa Civil e a organização do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, cidades gaúchas têm procurado Cachoeira do Sul para entender o funcionamento para posterior organização do seu sistema.
Nas últimas semanas, a Defesa Civil de Cachoeira do Sul foi procurada por vereadores das cidades de Caçapava do Sul e Pantano Grande, com a intermediação do vereador Jeremias Madeira, em busca de informações de ações que estão dando certo em Cachoeira para que sejam propostas aos membros do Executivo de suas cidades.
A equipe da Defesa Civil irá a Pantano, no início de novembro, para apresentar as ações, o formato de estruturação e o Sistema – que dialoga com os sistemas do Estado e da União – para os vereadores, secretários e prefeitos daquela cidade.