Praia Velha: local onde ocorreram 33,33% dos afogamentos registrados no estudo da Defesa Civil / Crédito: Adrine Zigulich
A Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil, apresentou nesta semana um estudo completo sobre a recorrência de acidentes de afogamentos, identificação de locais, perfil das vítimas e causas dos acidentes em Cachoeira do Sul. Os dados contemplam registros oficiais junto ao Corpo de Bombeiros, Delegacia Regional de Polícia e Secretaria Municipal da Saúde desde o ano de 2011 até este momento, onde o mês de janeiro já registrou um afogamento.
De 2011 até agora, Cachoeira do Sul registrou 46 óbitos por afogamento. A chegada do verão, com registro de altas temperaturas e baixa umidade do ar, faz com que diversas pessoas utilizem de recursos hídricos naturais e não naturais para se refrescar, combater o calor e praticar atividades de lazer e esportivas e com isto ocorre o maior número de acidentes de afogamentos.
Com base nos dados obtidos, a Defesa Civil elaborou um diagnóstico das áreas de maior recorrência de acidentes, o perfil da população, e demais fatores que contribuem para o agravamento do risco para definir ações e atividades preventivas.
De acordo com o estudo, 30 dos 46 afogamentos (65,21%) aconteceram no Rio Jacuí, 13 foram em açudes, 2 em arroios e 1 em barragem. Dos acidentes no Rio Jacuí, 76,66% aconteceram na área urbana (Praia Velha, Ponte do Fandango, Aldeia, Cristo Rei e Praia Nova).
Atividades de lazer (com ou sem embarcação) tiraram a vida de 40 dos 46 pessoas que se afogaram em Cachoeira do Sul, o que representa 86,96% dos casos. Os homens são também as maiores vítimas. Dos 46 afogamentos, 43 eram homens (93,47%) e 3 eram mulheres.
A faixa etária como maior número de casos ficou entre os 18 e 54 anos, com 35 óbitos. Crianças e adolescentes foram 6 casos e 5 envolvendo idosos com mais de 60 anos.
Acidentes fora da área de banho
O superintendente da Defesa Civil, Edson das Neves Júnior, frisa que o estudo demonstra que todos os acidentes com óbito aconteceram fora da área delimitada para banho e supervisionada pela presença de guarda-vidas. Em 2022 foi registrada a morte de uma mulher de 19 anos no Balneário da Praia Nova, área na qual é realizada a Operação Verão. No entanto, o acidente ocorreu em 9 de dezembro, período anterior ao início da Operação.
“O objetivo desta ação é conscientizar as pessoas quanto ao risco de mortes por afogamento através da divulgação destes dados, alertando a comunidade e veiculando formas de evitar acidentes e preservar vidas de cachoeirenses e de veranistas que procuram o município para aproveitar as opções de lazer e os recursos naturais existentes” – superintendente da Defesa Civil, Edson das Neves Júnior
Orientações apontadas após o estudo
– Procure áreas de banho com delimitação de segurança e supervisão de guarda-vidas.
– Rios, açudes e arroios possuem águas turvas e podem esconder galhos de árvores e outros obstáculos submersos que podem ferir ou prender a pessoa.
– Rios e arroios possuem correnteza e alteração rápida de nível e leito, onde dá pé hoje pode não dar amanhã.
– Após refeições, aguarde no mínimo 2 horas para entrar na água.
– Tenha cuidado com o uso de bebida alcoólica e desidratação.
– Crianças em rios, lagos ou piscinas devem estar sob a supervisão de um responsável.
– Boias, infláveis e flutuantes não são considerados equipamentos salva-vidas. Crianças podem escorregar, perder o contato com o material e se afogar.
– Uso de embarcações deve ser feita por pessoa habilitada e com equipamentos de segurança, lembre-se você de pôr equipamento de segurança em todos os tripulantes.
– Ao realizar passeio, travessia ou esportes náuticos, deixe avisado o percurso, horário de saída e retorno e leve material de comunicação, proteção e hidratação.
– Ao pilotar embarcações, não consuma bebidas alcoólicas.
– Ao ver uma pessoa em situação de emergência ou afogamento, somente preste auxílio se você tem treinamento e equipamentos para tal ação.
– Ao realizar pesca não embarcada, cuidado para não ficar em local com risco de queda e não entrar na água para destrancar materiais de pesca.