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Debate: e-books no material escolar?

Foto: Divulgação

Um projeto de lei que institui a política de inclusão de e-books (livros digitais) como material escolar do ensino fundamental e médio na rede pública de ensino do Estado de Goiás está apto para a primeira votação no plenário da Assembleia Legislativa. A proposta levantou o debate no mercado editorial nacional.

O autor do projeto é o deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB). Segundo argumenta, a inclusão pode estimular da leitura e estudo, além do uso responsável da tecnologia a favor dos alunos. Sebba ainda afirma que o e-book não será um substituto aos livros impressos, mas que terá “caráter interdisciplinar, como método educativo nas atividades fora de sala de aula”.

O deputado também defende que o uso dos e-books irá auxiliar em palestras e que os alunos terão acesso ao material didático fornecido digitalmente podendo ser acessado a qualquer hora e de qualquer lugar.

Denúncia

Pisa, o mais importante sistema de avaliação educacional do mundo, mostrou dados preocupantes. O Brasil está estagnado há uma década entre os países com pior nível de aprendizado na educação básica.

Segundo o Pisa, estamos na posição de número 57 no ranking de leitura, 70 em matemática e 65 em ciências – entre 78 países ou regiões. O estudo mostra também que 43% dos estudantes brasileiros não entenderam o mínimo considerado necessário em nenhuma destas três áreas testadas.

Foto: Reprodução

O setor educacional enfrenta desafios no país, conforme sugere o resultado da avaliação. Um exemplo resultou em investigação que segue em andamento: toneladas de material didático distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) às redes de ensino estaduais e municipais acabam no lixo todos os anos por conta da ineficiência da gestão de sobras. Até livros lacrados saem de depósitos empoeirados de escolas direto para centros de reciclagem, onde são comprados por R$ 0,30 o quilo, triturados e transformados em outros materiais, como papel higiênico, enquanto outros colégios sofrem com a falta de materiais.

No Brasil, os livros são distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), considerado o maior do mundo. Na última compra, planejada em 2018, foram gastos R$ 2 bilhões em 126 milhões de livros, distribuídos, por sua vez, para 140 mil escolas brasileiras e beneficiando 35 milhões de alunos. Algumas escolas, no entanto, não recebem o número necessário, enquanto outras registram sobras que acabam abandonadas ou encaminhadas para a reciclagem pelos próprios colégios.

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