O nome da campanha não poderia ser mais esclarecedor: “De olho nos olhinhos”. E mostra que é preciso estar atento aos olhos para descobrir se algo está fora do normal. Essa foi a forma que os jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin encontraram para chamar a atenção para um problema grave — o retinoblastoma.
A doença ganhou notoriedade em 2022, quando a filha do casal, Lua, foi diagnosticada. Na época ela tinha apenas 11 meses. Para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce e a importância de prestar atenção nos detalhes, Tiago e Daiana criaram uma campanha que percorre cidades brasileiras prestando o serviço de informação. Nos dias 16 e 17 de setembro, a campanha vai estar em 9 shoppings de 9 cidades brasileiras, além de outros eventos que acontecem em todo o paí,s com a ajuda de médicos voluntários.
Pelas redes sociais, Tiago Leifert divulgou um vídeo em que pede que o máximo de pessoas saibam do evento — e, com isso, tenham acesso às informações que podem salvar vidas.
Para a médica oftalmologista que atua há 25 anos com crianças, Nubia Vanessa, esse tipo de campanha tem uma abrangência importante. E pode ajudar a diagnosticar o câncer do olho e outras doenças.
Retinoblastoma é um tumor maligno da retina, que ocorre principalmente em crianças entre 0 a 5 anos, mas é mais frequente nos primeiros dois anos de vida.
Esse tipo de câncer no olho, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atinge entre 200 e 400 crianças por ano no Brasil, representa cerca de 4% dos cânceres infantis, pode causar cegueira e — se não for tratado — levar até a morte.
Para detectar a doença, o sinal mais frequente é um reflexo branco da pupila, chamado de leucocoria. Esse reflexo costuma aparecer em fotos ou pode ser observado por quem cuida da criança.
Segundo a médica oftalmologista, é importante que — não só os pais – mas toda pessoa que lida com crianças, esteja preparada e atenta a esses sinais.
O pequeno Vitor tinha só sete meses quando a mãe, Renata Cavalcante, percebeu o reflexo branco no olho direito do bebê. Depois de passar pelo pediatra, Renata levou o filho ao oftalmologista. E foi pelo exame de fundo de olho que o diagnóstico foi fechado. Mãe e filho se mudaram de Brasília para São Paulo, única cidade onde havia o tratamento para a doença na época. Depois de nove meses e quatro tipos de quimioterapia diferentes, Vítor ficou curado.
A descoberta precoce foi crucial para o sucesso do tratamento. As sequelas que o menino tem hoje, aos oito anos de idade, são pequenas diante da gravidade do problema.
O evento de conscientização do retinoblastoma acontece neste sábado e domingo nos shoppings de nove cidades brasileiras. Informações sobre a doença e a campanha estão no site deolhonosolhinhos.org.
Fonte: Brasil61