Lorenzo, primeiro vacinado, recebeu certificado de “bravura” / Crédito: Patricia Miranda
Começou às 13 horas desta quarta-feira a vacinação das crianças entre 5 anos e 11 anos contra a Covid-19, em Cachoeira do Sul, junto à sala de vacinas da Unidade Sanitária 1, para crianças portadoras de alguma comorbidade. Os primeiros a chegarem na fila foram a professora Deise da Silva Mesquita Wallauer e o filho Lorenzo Mesquita Wallauer, de 8 anos. Lorenzo, que tem asma crônica, foi a primeira criança vacinada no Município. Muito tranquilo e sem demonstrar medo da injeção, ele recebeu a sua dose em meio a fotos e vídeos que registram o momento histórico.
Para Deise, mãe de Lorenzo, o momento foi de alívio e de garantia de mais tranquilidade com relação à saúde do filho. Ela é também diretora da Escola Municipal Dora Abreu e comemorou a oportunidade dos alunos da sua escola se vacinarem em breve. Ela conta que Lorenzo sempre foi uma criança muito consciente dos riscos da Covid, tanto para sua saúde quanto para os demais e, por isso, sempre foi um incentivador do uso da máscara. “Ele se cuida muito. Sempre fala para não esquecermos a máscara e não sai de casa sem ela”, conta a mãe.
Outro menino que foi cedo para a US1 foi o estudante Mathias Melo Lopes, 7 anos. Antes de se vacinar, ele foi convidado pela equipe da Secretaria da Saúde para interagir com as demais crianças que aguardavam o período de 20 minutos de observação após a imunização. Mathias nasceu com apenas um rim e por isso é considerado paciente do grupo de risco. A mãe, a técnica em enfermagem Valéria Melo, conta que Mathias sentiu de perto os efeitos da pandemia. “Trabalho no HCB e por um mês fiquei afastada dele. Quando nos reencontramos, usei um lençol para abraçá-lo. Foi muito difícil. Em março de 2021 ele teve Covid, mas felizmente se recuperou bem”, conta ela.
SOMENTE PARA CRIANÇAS COM COMORBIDADES
Neste primeiro momento, a imunização é voltada às crianças com alguma das comorbidades definidas pelo Ministério da Saúde (conforme tabela abaixo). Cachoeira do Sul recebeu 390 doses do imunizante e 300 foram disponibilizadas para a sala de vacinação. As outras 90 foram destinadas a crianças indígenas e quilombolas. Cachoeira do Sul tem 6.690 crianças nascidas no Município que estão nesta faixa etária de 5 a 11 anos, segundo estimativa do Ministério da Saúde do ano de 2020.
Se ainda sobrarem doses para quinta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde vai distribuí-las entre a US1, US4 (Centro Social Urbano) e US14 (Bairro Marina), das 10 horas às 12 horas.
Motivos para comemorar e agradecer
Na abertura do período de vacinação, a prefeita em exercício, Angela Schumacher Schuh, destacou a importância do momento. “Essa é uma etapa muito importante na vida das famílias e das crianças. São elas que brincam, circulam, vão à escola e estavam vulneráveis ao vírus. Os pais estavam há dois anos vivendo momentos de apreensão e insegurança. Agora, com o início das aulas que se aproximam nas redes municipal, estadual e particular, saber que nossas crianças estarão vacinadas é motivo de comemorar e agradecer”, disse Angela.
O secretário municipal da Saúde, Marcelo Figueiró, destacou todo o esforço da equipe para preparar o espaço para receber as crianças e as famílias e as parcerias para tornar o ambiente mais acolhedor para os pequenos. Após a imunização, as crianças deverão permanecer no local por mais 20 minutos, atendendo a uma orientação do Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunizações. Durante este tempo, em que serão monitorados por profissionais de saúde, os pequenos permanecerão em um ambiente lúdico, com filme, contação de história e distribuição de livros infantis, feita em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Dr. João Minssen. Uma ambulância também permanecerá no local caso seja necessário.
Tire suas dúvidas:
Quais documentos os pais ou responsáveis precisam levar?
Para garantir a vacinação das crianças é necessário apresentar um destes três documentos: carteira de vacinação, CPF ou ainda cartão do SUS da criança.
Como comprovar a comorbidade de uma criança?
Para isso, deve ser apresentado um laudo, atestado, receita médica ou exame. É necessário levar a cópia do documento pois este ficará na unidade de saúde.
O que acontece se os pais ou responsáveis não quiserem aguardar os 20 minutos necessários antes de ir embora?
Neste caso, eles devem assinar um termo de responsabilidade de que estão deixando o local e de seguir a determinação dos órgãos competentes.
Crianças autistas serão contempladas com a vacinação neste momento?
Não. O autismo não é uma comorbidade contemplada nesta etapa.
Crianças com síndrome de Down precisam ter atestado?
Não. Para crianças com síndrome de Down não é necessário apresentar comprovação de comorbidade.
E as crianças acamadas?
Para as crianças acamadas, em que os pais realmente não tenham condições de transportá-las até o posto, pode ser feito agendamento para vacinação. No entanto, cada caso será avaliado e a data da aplicação não está definida. O telefone é 3723-1351 ou 3724-6112.