Uma mulher perdeu R$ 7 mil ao ser alvo do golpe do bilhete premiado, em Candelária. A ocorrência foi registrada nesta sexta-feira.
Segundo o registro, a vítima foi abordada por dois estelionatários na área central. Ao acreditar que entregaria o montante como garantia para dividir um prêmio milionário, a mulher sacou o dinheiro e entregou para os golpistas.
No local marcado para entregar a premiação, os bandidos repassaram uma bolsa. No entanto, tinha somente papelão dentro.
A filha da mulher acionou a Brigada Militar. A vítima foi encontrada esperando pelos estelionatários, quando foi encaminhada para a Delegacia de Polícia, onde foi registrada a ocorrência.
A Polícia Civil deve investigar o caso.
Saiba como funciona o golpe do bilhete premiado
Os criminosos que aplicam o golpe do bilhete premiado usam uma técnica chamada de engenharia social. O termo ficou conhecido em golpes digitais, nos quais as vítimas são manipuladas por golpistas ardilosos e persuasivos que as convencem a fornecer a eles informações e dados pessoais e bancários.
No caso do bilhete premiado, a abordagem costuma ser na rua, visando uma vítima que está no seu bairro ou local de trabalho próximo. Apesar de parecer um encontro casual, o criminoso seleciona a vítima. O perfil costuma ser de um idoso, com autonomia de rotina, que esteja sozinho.
A primeira conversa é informal, como um pedido de informação sobre o endereço da Caixa Econômica Federal mais próxima. Na sequência, o tom fica mais confessional, o criminoso conta para a vítima uma situação de dificuldade que está passando ao mesmo tempo em que tirou a sorte grande.
Ao contar que está com um bilhete premiado para retirar um valor em dinheiro no banco, o golpista mostra o documento com o comprovante dos números sorteados. Ao confirmar que os números correspondem, o golpista pede à vítima que a acompanhe até o banco.
Neste ponto começa a dramatização, que pode envolver um familiar no hospital que o espera, a falta de tempo, horário do ônibus para o interior, perda de documentos necessários para retirar o dinheiro e outras justificativas no âmbito emocional. Depois de muita conversa amigável, o golpista propõe a venda do bilhete por um valor menor do que o “prêmio sorteado”.
Se a vítima for convencida da boa-fé do golpista, fará a transferência ou saque do dinheiro em troca de um papel que não tem valor. Há casos em que o golpista propõe que a vítima lhe dê o colar, brincos ou o relógio de pulso em troca do bilhete, mas os montantes perdidos pelas vítimas podem passar de R$ 100 mil.
Um comparsa, homem ou mulher, surge repentinamente e ouve a conversa ou presta ajuda voluntária. Ele pode ajudar na verificação da veracidade do bilhete com o telefone celular e até fazer uma proposta para comprar o bilhete, pressionando a vítima a tomar a decisão.
Saiba como se proteger do golpe do bilhete premiado
Os golpes de estelionatários costumam vitimar pessoas mais vulneráveis, que conhecem menos como funcionam as questões financeiras ou bancárias. Os criminosos utilizam táticas para convencer as vítimas a passarem a eles senhas de cartão, transferirem dinheiro, informar dados pessoais e bancários.
Por isso é preciso estar sempre com o modo conduta preventiva ativado. Mesmo com medidas cautelosas, como o uso de senhas seguras, troca frequente de senhas e outras, pode acontecer de você se deparar com um golpista em um momento de guarda mais baixa. Por isso toda a atenção é necessária.
No caso do golpe do bilhete premiado, os criminosos não fazem a abordagem online. A tática é identificar a vítima em uma rua movimentada, região central de uma cidade ou rodoviária. Por isso, é preciso estar alerta para as dicas de como não cair na conversa dos golpistas:
1. Mesmo em jogo de sorte, é preciso desconfiar de promessas de dinheiro fácil e rápido
2. Por mais convincente que a história pareça, são desconhecidos
3. Evitar conversa com informações pessoais para estranhos na rua
Outra orientação é registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia. Caso a entrega do dinheiro já tenha ocorrido, os comprovantes impressos devem ser entregues para a Polícia para entregar o registro da ocorrência em contato com a instituição financeira pela qual o pagamento foi feito.