Como foi a criação dos Bombeiros Voluntários de Candelária

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Como foi a criação dos Bombeiros Voluntários de Candelária
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31 de janeiro de 2019 - Alemães - Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária

Alemães que foram decisivos no processo de criação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária visitaram a Celetro nesta quinta-feira / Foto: Milos Silveira

Alemães que contribuíram para criação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária (CBVC) estão de visita à região. Sonja Rohde e Joachim Krämer foram recebidos em Candelária pelo ex-prefeito e hoje secretário da Celetro, René Hübner. Eles vão ser homenageados no próximo sábado (2), às 10h, numa cerimônia na Rua Andrade Neves (Avenida Coberta) e também na sede do CBVC, onde ao meio-dia será servido o almoço.

Nesta quinta-feira (31), Hübner apresentou Sonja e Krämer ao presidente da Celetro, José Benemídio Almeida, na sede da Cooperativa, em Cachoeira do Sul. Benemídio detalhou aos alemães o funcionamento da Celetro, que abrange 27 municípios com eletrificação urbana e rural, com predominância no fornecimento de energia a produtores rurais.

A CRIAÇÃO DO CBVC

O Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária foi fundado em 1998, quando René Hübner era prefeito de Candelária. Na época, um ilustre alemão chamado Dieter Becker, que tinha fortes ligações com Candelária, levou ao conhecimento de Hübner a possibilidade de caminhões de bombeiros alemães serem doados para o município.

Na Alemanha, a legislação determina que caminhões de Corpo de Bombeiros sejam substituídos a cada 25 anos por veículos novos, independentemente de quilometragem. Os caminhões usados são vendidos ou doados para locais onde há predominância na imigração alemã.

Ao saber disso, Hübner e o advogado René Karnopp encaminharam a documentação para habilitar o município a receber os caminhões. A papelada teve como destino as cidades de Bad Nauheim e Giessen. Na época, Sonja Rohde era a primeira-dama de Bad Neuheim, cujo prefeito era Bernd Rohde, hoje falecido. Hoje, ela integra o Conselho Deliberativo da cidade, que faz a intermediação das demandas entre prefeito e vereadores.

Na Alemanha, a intermediação para garantir Candelária como município brasileiro beneficiado com as doações foi feita por Joachim Krämer, que na época era chefe do Corpo de Bombeiros de Bad Nauheim. Com a habilitação aprovada, as prefeituras dos dois municípios alemães analisaram a documentação e destinaram os caminhões a Candelária.

Os caminhões foram doados sem ônus para Candelária. No entanto, o transporte, intermediado por Krämmer entre os portos de Hamburgo, na Alemanha, até Rio Grande, teve de ser custeado por Candelária. Na época, os cerca de R$ 20 mil foram angariados por meio de uma campanha promovida pela Prefeitura de Candelária junto a empresas parceiras. A Celetro e a Afubra foram algumas dessas instituições parceiras que destinaram recursos para o custeio do transporte.

Concluídas as etapas da doação e do transporte, outro impasse surgiu na época: o licenciamento dos veículos junto ao Detran gaúcho e ao Denatran. Na época, Hübner e Karnopp viajaram diversas vezes ao Rio de Janeiro e a Brasília para viabilizar a documentação. Vencida mais esta etapa, os caminhões finalmente foram colocados em uso e, enfim, foi fundado o Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária.

Os veículos funcionam até hoje e fazem parte de uma frota de quatro caminhões. Os outros dois foram adquiridos em 2001 e 2008, ambos oriundos do município de Bad Nauheim.

Caminhões de fabricação alemã estão até hoje em uso / Foto: CBVC/Divulgação

IMPORTANTE

– Hoje aposentado, Joachim Krämer possui residências em Bad Nauheim e em Candelária. Ele e a esposa, Dona Clara, receberam o título de Cidadãos Candelarienses conferidos pela Câmara de Vereadores de Candelária.

– Esta é a primeira vez que Sonja Rohde vem ao Brasil. Ela e o esposo, já falecido, tinham interesse em ter visitado Candelária anteriormente para conferir o funcionamento dos caminhões no município, o que não ocorreu devido a problemas de saúde do então prefeito Bern Rohde. “Sinto-me muito orgulhosa em chegar até aqui e encontrar tanta amizade”, disse ela em dialeto alemão, traduzida pelo amigo René Hübner e sua esposa, Dona Délcia Hübner. Pela internet, Sonja enviou ao filho Helge, na Alemanha, informações e fotografias de Candelária para, futuramente, um imóvel ser escolhido e ambos fixarem residência também em Candelária.