Com a cheia do Jacuí, transporte de barco vira solução

Por
Com a cheia do Jacuí, transporte de barco vira solução
CACHOEIRA DO SUL
9 de maio de 2024 - transporte de barco

No final da Rua Esperanto, no Bairro Cristo, o transporte de barco atrai a atenção e se torna alternativa de acesso à BR-153 e vice-versa. Fotos: Cacau Moraes.

Apesar do recuo da inundação do Rio Jacuí nas regiões ribeirinhas de Cachoeira do Sul, onde o acesso está interrompido pela Ponte do Fandango, a utilização do transporte de barco tem sido uma alternativa para deslocamento.

Diariamente, barcos (canoas) no final Rua Esperanto, no Bairro Cristo – região mais afetada pela cheia do Jacuí – transportam pessoas para a BR-153 e vice-versa. Também na Rua Moron em direção à Praia Nova, acontece o transporte por barco em meio à enchente que ainda traz preocupação à Defesa Civil Municipal.

No Bairro Cristo, atravessar de barco a enchente em direção à BR-153 proximidades da entrada da localidade da Porteira Sete, custa de R$ 50,00 a 70,00. “Olha, o preço pode assustar, mas é uma alternativa encontrada por muitos que precisam chegar em casa, propriedade ou até mesmo buscar suprimento na cidade”, diz o aposentado José Mário Siqueira, morador das margens, no Bairro Cristo Rei.

Em Cachoeira do Sul, o nível do Rio Jacuí que ultrapassou aos 28 metros, ou seja, 10 metros acima de sua cota normal que é de 18 metros, ainda alaga ruas do Bairro Cristo Rei como a Esperanto, São Felipe e São Carlos. Há trechos interrompidos e por onde as famílias se arriscam a caminhar. Na manhã desta quinta-feira (9), conforme a Defesa Civil, o nível do Rio Jacuí está em 25,48 metros. Na tarde desta quarta-feira (8) a cota era de 25,89 metros.

FORÇA TAREFA ATUA NO CRISTO REI

A Prefeitura concentra sua atenção ao Bairro Cristo Rei, onde famílias tentam voltar para suas casas, mas ainda há muito alagamento. Viaturas ajudam na retirada do entulho próximas às moradias e na rua como é o caso da Rua São Felipe, onde uma retroescavadeira recolhe dos entulhos para uma caçamba. “Estamos concentrados na limpeza”, disse um servidor da Secretaria de Obras.

CIDADE REGISTRA 13 ABRIGOS

Cachoeira do Sul registra um total de 13 abrigos que atendem hoje a 147 famílias, o que representa 372 pessoas. Desses abrigos, 11 estão na área urbana e 2 no perímetro rural. Além disso, há outras 859 famílias alojadas na casa de familiares e amigos, o que representa 2.446 pessoas. A Defesa Civil ainda recebeu o registro de 15 pessoas feridas.

Conforme os registros, 1.006 casas foram atingidas e não se consegue afirmar neste momento o grau de comprometimento das estruturas, estimando-se neste momento um prejuízo de pelo menos R$ 2.012.000,00. Também não se consegue mensurar a quantidade de pontes e pontilhões danificados/e ou destruído por ainda encontram-se submersos. Hoje o Município tem cerca de 59 pontes e pontilhões submersos. Junto com os da zona urbana que também foram afetados, estima-se que para restabelecimento e reconstrução destas estruturas seja necessário em torno de R$ 8.700.000,00 Somando todos os prejuízos apresentados formalmente a Defesa Civil e com o agravamento da situação do Cemitério das Irmandades, a estimativa de danos estruturais em Cachoeira do Sul chega a R$ 31.483.500,00

PREJUÍZOS NA AGRICULTURA 

Na agricultura os prejuízos também são grandes. Os produtores de soja são os maiores afetados, contabilizando um prejuízo de R$ 230.189.112,00. Juntos com as perdas na produção leiteira, gado de corte, hortaliças, milho e arroz, o levantamento inicial da Emater já contabiliza um prejuízo de R$ 321.601.837,28.