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“Cheguei a redigir minha renúncia”, revela presidente da Câmara

Em entrevista ao programa “Famintos” da Fan 96.5 FM, o presidente da Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul, Carlos Alberto de Moura Moraes (PP), revelou ter decidido renunciar após a sessão de votação que preservou o mandato de Noeli Castelo (PSB), acusado de uso indevido de diária e falta de decoro parlamentar. “Cheguei a redigir minha carta de denúncia. Estava pronta. Eu tinha decidido naquele dia que não iria mais continuar”, detalhou o progressista. Segundo Moraes, após conversar com sua mãe e sua filha, acabou convencido a permanecer na Câmara. “Fui educado a não aceitar o que é errado. Fui atacado na sessão. Antes fizemos um acordo para a reunião ocorrer da melhor maneira, mas não foi seguido na hora”, lamentou o presidente do Legislativo Municipal.

Segundo Moraes, acordo anterior sobre andamento de reunião foi quebrado / Foto: Elizeu Vargas

Moraes votou a favor da cassação do mandato de Castelo. “A sociedade está cansada e não aguenta mais tanta coisa errada. A gente teve a oportunidade de dar exemplo”, pontuou o vereador. “Fui alvo durante a sessão. Se não tivesse pulso firme, a votação sequer ocorreria”, acentuou o presidente da Câmara.

Um dos embates que chamou atenção na sessão que vou o parecer da comissão processante envolveu o o presidente da Câmara e emedebista Igor Noronha. O também advogado argumentou seu voto contra a cassação com base no que considerou ser irregularidades em torno do procedimento. “É básico que o acusado possa ao menos ter direito correto em se defender. Primeiro, ter conhecimento da acusação. Depois, ter ampla defesa. Não posso concordar se aconteceu diferente disso”, taxou o vereador do MDB durante a sessão em um dos momentos de questionamentos diretamente ao presidente da Câmara. “Eu tenho conhecimento jurídico suficiente para garantir que foi feito o certo no caso”, salientou parlamentar do PP em resposta.

A votação ocorreu na tarde do dia 26 de junho e terminou em 9 votos a favor de cassar o mandato contra 6 contra a medida. Era necessária a maioria absoluta, ou seja, dois terços (10 votos) e Castelo seguiu na função. “Decidi que iria renunciar pelo conjunto de fatos. Desde a acusação até a forma como ocorreu no dia da sessão. Mas sigo firme”, finalizou Moraes.

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