Cerca de 66% dos brasileiros acredita que os criptoativos podem aumentar a liberdade econômica

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Cerca de 66% dos brasileiros acredita que os criptoativos podem aumentar a liberdade econômica
COLUNAS
9 de setembro de 2024 - Criptoativos

A adoção de criptoativos no Brasil está bastante acelerada e é um símbolo de inovação e liberdade econômica no país. Segundo uma pesquisa realizada pela Coinbase, uma conhecida plataforma de intercâmbio de criptomoedas, 66% dos brasileiros acreditam que os criptoativos representam uma oportunidade de expandir a liberdade econômica. Ou seja, são uma boa alternativa às formas tradicionais de investimento.

A pesquisa também revelou que uma grande parcela dos brasileiros, cerca de 42%, prefere investir em stablecoins, que são criptomoedas vinculadas a ativos estáveis como o dólar americano. Essa preferência é motivada pela busca de proteção contra a volatilidade econômica e inflacionária, um ponto sensível na economia brasileira. Além disso, 53% dos entrevistados apreciam as recompensas passivas geradas por algumas dessas criptomoedas, que oferecem um incentivo adicional para os investidores.

O mercado de criptoativos no país tem muitas oportunidades interessantes. Embora a preferência da maioria seja por stablecoins, há diferentes projetos disponíveis no Brasil. Essa variedade permite que diferentes tipos de investidores encontrem algo que se adapta ao seu perfil. Isso inclui os traders com orçamentos pequenos, já que há muitas opções de criptomoedas mais baratas do que as famosas e já estabelecidas no mercado.

O Brasil ocupa a sexta posição mundial em termos de adoção de criptomoedas, com cerca de 26 milhões de brasileiros participando deste mercado até o final de 2023, representando aproximadamente 12% da população. Esses números colocam o Brasil na frente de muitos outros países em termos de participação populacional em criptoativos​.

Só os ativos digitais lastreados por moedas estáveis como o dólar americano foram responsáveis por movimentar R$ 39,3 bilhões apenas no primeiro trimestre do ano. A stablecoin Tether (USDT) foi a mais negociada no país, segundo dados da Receita Federal, com um volume acumulado de R$ 271 bilhões. Esse volume é quase o dobro do negociado com o Bitcoin no mesmo período, reforçando a confiança dos investidores brasileiros nas stablecoins como uma opção mais estável frente às flutuações do mercado​.

E o otimismo dos brasileiros em relação às moedas digitais é refletido não apenas na perspectiva dos investidores individuais, mas também nas iniciativas regulatórias que estão sendo desenvolvidas para fornecer um ambiente seguro e estável para o comércio e investimento em criptoativos. O ano passado foi marcante para a indústria de criptomoedas no país, com o Banco Central do Brasil promovendo consultas públicas sobre a regulamentação desses ativos digitais.

Essas consultas foram um prelúdio para normativas que estão sendo discutidas ainda esse ano, mas já mostram a abertura do governo para dialogar e adaptar-se às novas realidades do mercado financeiro. A segurança, como é de se esperar, é muito importante para as transações de criptoativos. A pesquisa revelou que 59% dos participantes consideram a segurança como o critério mais importante na escolha de uma plataforma para operar com cripto.

Em 2023, o Brasil implementou o marco legal dos criptoativos, regulamentado pelo Banco Central do Brasil, que agora tem a responsabilidade de supervisionar e autorizar as operações das empresas que atuam nesse mercado. A legislação, que entrou em vigor em junho de 2023, atribui ao Banco Central o papel de regulador do mercado de criptoativos, incluindo a autorização e supervisão das prestadoras de serviços de ativos virtuais.

Esta lei, além de trazer clareza jurídica, promove uma melhor coordenação entre as agências reguladoras, o que é essencial para a eficácia e eficiência da regulação. E o ambiente claro e regulado do país deve atrair ainda mais participantes para o mercado de criptoativos no Brasil.

O Brasil é um dos principais mercados globais em adoção de criptomoedas, conforme reportado pela Chainalysis. E isso é impulsionado por sua população jovem, com uma idade média de 35 anos, segundo o Censo 2022 do IBGE. O engajamento do público jovem e a percepção positiva das criptomoedas sinalizam um futuro promissor para a criptoeconomia no país. Com iniciativas como o Pix e o planejamento do DREX, uma moeda digital própria, o Banco Central está na vanguarda das discussões sobre esse setor que não para de crescer.