Caso de meningite pneumocócica em criança preocupa Cachoeira

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Caso de meningite pneumocócica em criança preocupa Cachoeira
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21 de fevereiro de 2020 - hcb2

Criança de 8 anos foi internada no HCB / Foto: OC

O surgimento de um caso de meningite pneumocócica em uma criança em Cachoeira do Sul preocupa a comunidade e todos os setores da saúde do Município. Uma criança de 8 anos foi internada na última quarta-feira (19) no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) e, num primeiro momento, a suspeita era de meningite bacteriana, o tipo mais grave da doença. Por isto,  foi transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria. Ela é estudante do Colégio Barão do Rio Branco, que nesta sexta-feira (21) divulgou uma nota para a comunidade escolar.

O quadro clínico era de febre, dor de cabeça, vômito, sonolência e desorientação e por causa da gravidade dos sintomas foram realizados exames para diagnosticar a doença. Após a realização dos exames, a equipe médica descartou que a criança estivesse com meningite meningocócica (causada pelo agente bacteriano Neisseria meningitidis, um tipo mais grave da doença) e em seguida ela foi  o diagnosticada com meningite pneumocócica (causada pelo agente bacteriano Streptococcus pneumoniae, responsável por provocar doenças como meningite, pneumonia bacteriana e dor de ouvido). Nesta sexta-feira, equipes da Secretaria Municipal de Saúde irão à  escola onde estuda a criança para orientar s professores, alunos e país sobre a doença que a princípio não é contagiosa.

NOTA DA ESCOLA

COMUNICADO OFICIAL DA DIREÇÃO DO BARÃO:

“Sensibilizados com a preocupação das famílias integrantes da comunidade escolar no que se refere ao caso da aluna com meningite, ABREVIAREMOS as aulas do turno da manhã liberando os alunos às 10h20min e SUSPENDEREMOS as aulas do turno da tarde.

Ratificamos que continuamos em comunicação com profissionais da área da saúde e se houver alguma orientação específica quanto a cuidados, repassaremos imediatamente.

Sugerimos que revisem o calendário de vacinação de seus filhos.

Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos.

NOTA DA SECRETARIA DA SAÚDE

A Secretaria da Saúde também se manifestou sobre o caso. Em nota, a enfermeira Andrea Santos, da Vigilância Epidemiológica, nesta sexta-feira (21),  diz que “ocorreu um caso que está em investigação.  Conforme exames preliminares, aguardando exames oficiais do laboratório de referência LACEN, descarta meningites por haemophilus e Doença Meningicócica. As meningites virais são causadas por vírus e 85% delas têm, como agente viral, os enterovírus. É caracterizada por um quadro clínico com evolução autolimitada e benigna, não há tratamento específico e geralmente requer apenas a terapia de suporte. As manifestações clínicas assemelham-se às viroses em geral. O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) pode causar doença invasiva (meningite, pneumonia, sepse e artrite) e não invasiva (sinusite, otite média, conjuntivite). Existem mais de 90 sorotipos deste agente. Na rede pública está disponível uma vacina com proteção para 10 subtipos mais incidentes nas crianças, faixa etária mais acometida por esta bactéria. Entre as meningites bacterianas a Doença Meningocócica (DM) continua sendo o principal objetivo da vigilância das meningites pela possibilidade de casos secundários e a capacidade de produzir surtos. A principal medida de controle a ser desencadeada nas Doenças Meningocócicas (DM) para reduzir o contágio e, consequentemente, o número de casos é a notificação e investigação oportuna da suspeita para a pronta administração da quimioprofilaxia aos contatos próximos do caso suspeito. Em situações específicas de surto de DM pode ser considerada a vacinação, desde que o sorogrupo que está causando o surto seja conhecido e se tenha a vacina disponível. A decisão de vacinação em um surto é acordada entre as três esferas de governo”.

ALERTA

Outras medidas importantes são:

Higienização das mãos;

Higienização do ambiente;

Ventilação do ambiente;

Não compartilhamento de utensílios.

No Rio Grande do Sul, a situação epidemiológica das meningites encontra-se dentro do esperado, comparado aos anos anteriores. Em 2019, apenas foram notificados casos isolados, sem vinculação a outros casos, não tendo sido detectado nenhum surto. A Vigilância Epidemiológica do Município está atenta a possíveis suspeitas e realizando todos os procedimentos necessários segundo as orientações do Ministério da Saúde.