O candidato Orvil Netto (Progressistas) entrou em contato com a redação do Portal OCorreio para justificar seu pedido pelo Auxílio Emergencial. Com declaração de bens no valor de R$ 670 mil, seu nome passou a figurar em uma lista divulgada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que contém os candidatos que declararam patrimônio igual ou superior a R$ 300 mil e que receberam alguma parcela do Auxílio Emergencial até julho de 2020.
De acordo com Netto, a sua declaração de bens tem relação com uma chácara por herança. “Uma parte era herança da família de minha esposa. Daí tinha mais quatro herdeiros que facilitaram a compra pra nós para que ficasse com alguém da família. Compramos uma parte por vez”, explica o candidato. “Compramos eletrodomésticos parcelado em lojas. O valor que coloquei foi por forte valorização”, completa.
Conforme segue sua justificativa, Netto aponta a instalação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) “Pegaram os imóveis por instalação da UFSM nas proximidades da casa e da chácara. Supervalorizaram. Mas tento vender há 5 anos e ninguém compra devido à crise”, finaliza.
Ainda segundo o candidato, o benefício foi uma necessidade que teve. “Eu precisei mesmo. A crise foi grande. Ficamos quase sem renda”, indica.
Saiba mais
Por meio de despacho assinado nesta sexta-feira (6), o ministro Bruno Dantas tornou pública lista produzida pelo TCU. É possível verificar também casos em que o patrimônio declarado do candidato supera R$ 1 milhão. De acordo com o órgão de contas, os “casos demonstram potenciais integrantes do rol de inclusões indevidas do benefício, uma vez que os indícios apontam renda incompatível com as regras do programa”.
Importante destacar que o Ministério da Cidadania deliberou pelo cancelamento de todos os benefícios detectados pelo TCU, sem prejuízo da possibilidade dos beneficiários contestarem nos canais adequados. A única exceção se refere a benefício concedido judicialmente.
Alertas importantes:
• Os resultados são apenas indícios de renda incompatível com o auxílio
• Há risco de erro de preenchimento pelo candidato
• Há risco de fraudes estruturadas com dados de terceiros
• Só o Ministério da Cidadania pode confirmar se o pagamento é indevido
• Só o TSE pode confirmar eventuais crimes eleitorais
• O papel do TCU é garantir o bom uso do dinheiro público
• Os dados dos candidatos são públicos e estão disponíveis no site do TSE
• Os dados dos beneficiários do auxílio são públicos e estão no Portal da Transparência