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Caminhamos para a bandeira preta?

Crédito: Freepik

Nesta rodada do Distanciamento Controlado, duas regiões situaram-se em grau de risco máximo, de bandeira preta, sendo elas: Santa Cruz do Sul e Lajeado. Uma região está grau de risco alto, de bandeira vermelha: Cachoeira do Sul.

Os registros de hospitalizações confirmadas para Covid-19 nos últimos sete dias indicam um aumento de 47.7%, passando de 44 para 65 na macrorregião (somando as seis regiões Covid).

Com relação à quantidade de pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), hove um aumento de 40.4%, passando de 52 para 73. No caso de leitos clínicos, o número de pacientes internados teve um aumento de 68.4%, passando de 57 para 96. E com relação aos internados por Covid-19 em leitos de UTI, houve um aumento de 21.3%, passando de 47 para 57.

O indicador relacionado com a capacidade de atendimento piorou, com isso passou à bandeira preta. O percentual de leitos de UTI livres, em comparação com pacientes confirmados para Covid-19 ocupando esses leitos apresentou uma queda de 73.3%, passando de 0.72 para 0.19.

No comparativo do número de leitos livres de UTI no último dia para atender Covid-19 entre as duas quintas-feiras, verifica-se uma queda de 67.6%, passando de 34.00 para 11.00. Com isso, passou para bandeira preta.

Portanto, com as variações nos números de internados e na velocidade do avanço da doença, os indicadores macrorregionais que mensuram número de pacientes internados em UTI (por SRAG ou Covid-19) obtiveram bandeiras preta e vermelha, respectivamente.

O indicador de internados em leitos clínicos (Covid-19) obteve uma bandeira preta. Os indicadores de capacidade de atendimento e de mudança na capacidade de atendimento, mensuradas pela macrorregião,
obtiveram bandeira preta nas duas situações.

CACHOEIRA DO SUL

Na versão preliminar do Distanciamento Controlado desta semana, a região de Cachoeira do Sul obteve a mensuração final compatível à bandeira vermelha. Quanto aos seus quatro indicadores regionais, Cachoeira do Sul obteve as seguintes bandeiras:

O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos 7 dias, comparado com a semana anterior, apresentou um aumento de 266.7%, passando de 3 para 11. Quanto ao número de óbitos, nos últimos 7 dias, comparado com a semana anterior, tivemos uma queda de 50.0%, passando de 4 para 2.

Já o total de internados em UTI por SRAG, comparado com a semana anterior, apresentou um aumento de 50.0%, passando de 6 para 9. No caso do número de internados em leitos clínicos para Covid-19, entre as duas semanas verifica-se um aumento de 50%, passando de 8 para 12.

Para o número de internados em UTI confirmadas para Covid-19, a situação foi de um aumento de 33.3%, passando de 6 para 8.

O número de casos ativos observados na penúltima semana, comparado à anterior, tivemos um aumento de 7.4%, passando de 284 para 305. Quanto aos casos recuperados nos 50 dias prévios à penúltima semana, comparado à anterior, tivemos uma queda de 5.2%, passando de 1063 para 1008. Com isso a razão entre as duas variáveis teve um aumento de 13.3%, passando de 0.27 para 0.30. Com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia, o quantitativo apresentou uma queda de 50.0%, passando de 4 para 2.

O estudo ainda destaca que a quantidade de novas hospitalizações em proporção da população é bastante
elevada, refletindo na bandeira Vermelha para o indicador de incidência na região.

R27

A Região 27 – com sede em Cachoeira do Sul – tem oito municípios que atendem aos critérios da chamada Regra 0-0, ou seja, sem internações e óbitos no período analisado: Arroio do Tigre, Cerro Branco, Estrela Velha, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Novo Cabrais, Passa Sete e Segredo. Com isso, podem seguir protocolos de bandeira laranja (risco médio).

RS

O Estado atingiu um patamar de avanço em todos os indicadores monitorados pelo modelo de Distanciamento Controlado ainda não visto desde o início da pandemia de coronavírus. O mapa preliminar da 42ª rodada, divulgado nesta sexta-feira (19), trouxe 11 regiões em bandeira preta, que significa nível altíssimo, o mais crítico no que diz respeito à velocidade de transmissão da doença e capacidade hospitalar.

As regiões de Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Erechim, Lajeado, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e Taquara foram classificadas em bandeira preta. As outras dez regiões Covid – incluindo a R27, com sede em Cachoeira do Sul – estão em bandeira vermelha.

COMPARAÇÃO DOS PROTOCOLOS DA BANDEIRA PRETA COM BANDEIRA VERMELHA

Por conta da subnotificação já esperada por parte dos hospitais em períodos de feriado prolongado, como o Carnaval, o Gabinete de Crise optou por utilizar os mesmos dados de hospitalizações registradas na semana passada.

Na rodada anterior, foram registradas 1.030 hospitalizações ante 851 desta semana, número que não condiz com o cenário dos últimos dias. Esse dado, somado aos demais indicadores atualizados, resultou em grande parte das regiões em bandeira preta.

As exceções foram Taquara e Erechim, que, com o número de internações da semana passada, ficariam classificadas em bandeira vermelha. Como houve aumento de registros nesta semana nestas duas regiões, elevando a nota das regiões para o nível da preta, o governo optou por usar os dados desta rodada.

Em Ijuí e Santa Cruz do Sul também houve aumento de registros de internações na rodada atual. Ijuí ficaria em vermelha nos dois cenários e Santa Cruz do Sul, na bandeira preta. Portanto, foram usados os dados mais atuais.

Ou seja, nas regiões que apresentaram aumento dos registros de hospitalizações confirmadas nas duas últimas semanas, se utilizou o período atual. Nas regiões que apresentaram redução dos registros devido a possíveis subnotificações, se repetiu a mensuração da semana anterior.

A intenção da bandeira preta do modelo de Distanciamento Controlado é instituir o alerta máximo e reforçar a necessidade de cumprimento dos protocolos e das regras sanitárias. Não é o mesmo que decretar lockdown, medida mais extrema que foi adotada em alguns Estados e em outros países. No entanto, diante da gravidade da situação, o governo do Estado decretou a suspensão geral das atividades entre as 22h e as 5h, de 20 de fevereiro a 1º de março (inclusive).

Os municípios que se encontram em regiões de bandeira preta e que se encaixam na Regra 0-0 (sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local) poderão adotar protocolos de bandeira vermelha.

As regiões em bandeira preta também podem aderir ao sistema de cogestão regional, no qual as associações regionais podem adotar protocolos próprios, desde que não menos rígidos do que os da cor precedente. Nesse caso, as regiões classificadas em bandeira preta podem adotar regras até as de nível de vermelha. Para isso, basta que enviem protocolos próprios adaptados à Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam).

O que muda nas regiões em bandeira preta

A educação infantil em creches e pré-escolas, o Ensino Fundamental, de anos iniciais e finais, o Ensino Médio e Técnico e o Ensino Superior (incluindo graduação e pós-graduação) só podem ocorrer de forma remota.

O ensino presencial é permitido, com restrições, atendimento individualizado e sob agendamento, apenas para atividades práticas essenciais para conclusão de curso de Ensino Médio Técnico concomitante e subsequente, Ensino Superior e pós-graduação da área da saúde (pesquisa, estágio curricular obrigatório, laboratórios e plantão), e Ensino Médio Técnico subsequente, Ensino Superior e pós-graduação (somente atividades práticas essenciais para conclusão de curso: pesquisa, estágio curricular obrigatório, laboratórios e plantão).

No serviço público, apenas áreas da saúde, segurança, ordem pública e atividades de fiscalização atuam com 100% das equipes. Demais serviços atuam com no máximo 25% dos trabalhadores presencialmente.

Serviços essenciais à manutenção da vida, como assistência à saúde humana e assistência social, seguem operando com 100% dos trabalhadores e atendimento presencial.

Nos serviços em geral, restaurantes (à la carte ou com prato feito) podem funcionar apenas com tele-entrega e pague e leve, e 25% da equipe de trabalhadores. Essa definição também vale para lanchonetes, lancherias e bares. Salões de cabeleireiro e barbeiro permanecem fechados, assim como serviços domésticos.

O comércio atacadista e varejista de itens essenciais, seja na rua ou em centros comerciais e shoppings, pode funcionar de forma presencial, mas com restrições.

Equipes de no máximo 25% dos trabalhadores são permitidas. O comércio de veículos, o comércio atacadista e varejista não essenciais, tanto de rua como em centros comerciais e shoppings, ficam fechados.

Cursos de dança, música, idiomas e esportes também não têm permissão para funcionar presencialmente.

No lazer, ficam proibidos de atuar parques temáticos, zoológicos, teatros, auditórios, casas de espetáculos e shows, circos, cinemas e bibliotecas. Demais tipos de eventos, seja em ambiente fechado ou aberto, não devem ocorrer.

Academias, centros de treinamento, quadras, clubes sociais e esportivos também devem permanecer fechados.

Todas as áreas comuns de lazer dos condomínios devem permanecer fechadas, incluindo academias.

Locais públicos abertos, como parques, praças, faixa de areia e mar, devem ser utilizados somente para circulação, respeitado o distanciamento interpessoal e o uso obrigatório e correto de máscaras. É proibida a permanência nesses locais.

Missas e serviços religiosos podem operar sem atendimento ao público, com 25% dos trabalhadores, para captação de áudio e vídeo das celebrações.

Bancos, lotéricas e similares podem realizar atendimento individual, sob agendamento, com 50% dos funcionários.

No transporte coletivo municipal e metropolitano de passageiros, é permitido ocupar 50% da capacidade total do veículo, com janelas abertas.

DESTAQUES

• número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentou 20,3% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (977 para 1.175)

• número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS disparou 44,2% entre as duas últimas quintas-feiras (1.137 para 1.639)

• número de internados em leitos de UTI com Covid aumentou 18,7% entre as duas últimas quintas-feiras (833 para 989)

• número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid reduziu 26,4% entre as duas últimas quintas-feiras (de 641 para 472)

• número de casos ativos reduziu 1,17% entre as últimas semanas consideradas (de 18.599 para 18.381)

• número de registros de óbito por Covid ficou estável entre as duas últimas quintas-feiras (de 363 para 365)

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