O camelódromo de Cachoeira do Sul localizado na Praça Honorato Santos, no centro da cidade, está por ganhar um novo local e, desta forma, tentar voltar a ser uma atração de compra de suas mercadorias. Hoje, onde está, perdeu sua identidade devido à construção da rua coberta e à prometida revitalização da área, mas os camelôs depois de muita conversa resolveram aceitar um novo espaço.
Segundo a Prefeitura, este espaço ficará localizado na calçada da Rua Otto Mernak, na Praça Honorato, no entanto, será preciso ainda ser feita a preparação da área como a construção das bancas. Quanto a este procedimento, ele ainda está no campo nos trâmites legais, ou seja, falta agilidade para a ideia ser concretizada.
Os camelôs há tempo reclamam das condições de trabalho. Na década de 90 para saírem das calçadas, ganharam uma estrutura construída na Praça Honorato – só a cobertura – e de lá para cá a manutenção do espaço praticamente inexistiu. Em dias de chuva, lonas coloridas são colocadas nas laterais, para que não percam mercadorias e, também, árvores da praça já caíram sobre o camelódromo.
Paralelamente, os camelôs convivem com a concorrência cada vez mais crescente de lojas – em pequenos espaços – que comercializam produtos idênticos ao do camelódromo e mais: proliferam pela cidade vendedores ambulantes pelas calçadas sem que exista de parte da Prefeitura uma fiscalização. Além disso, no ano passado, o camelódromo foi alvo de uma operação do Ministério Público. Uma ação envolvendo Polícia Civil, Brigada Militar e promotoria recolheu uma grande quantidade de óculos, que eram vendidos nas bancas. Os camelôs reclamaram porque óculos, segundo eles, são vendidos em exposições e na principalmente na praia durante o período de verão.
CAMELÓDROMO NO NOVO ESPAÇO
Os camelôs não se manifestam e o que se nota é que não há expectativa com o novo espaço oferecido pela Prefeitura. Desde que a rua coberta começou a ser construída em meados de abril, alguns camelôs desistiram de sua atividade. Hoje o camelódromo tem oito bancas, uma delas, está vazia. Na real, os camelôs querem visibilidade, que tinha onde estão, e no novo local vai depender do trabalho “formiguinha” de cada um.
O novo espaço ficará praticamente na mesma região, mas em outro ponto da Praça Honorato. Será próximo ao cruzamento das ruas Otto Mernak e Sete de Setembro, área que tem movimento de pedestres. No entanto, vai exigir da Prefeitura um projeto paisagístico para a área onde já tem trailers de lanches com mesas e cadeiras por todo o lado.
Camelódromo
PREFEITURA APOSTA NA IDEIA DO CAMELÓDROMO
A secretária de Planejamento, Cláudia Scarparo, está otimista com relação ao novo ponto do camelódromo. “Já conversamos com os camelôs sobre a troca de local e acreditamos que tudo vai dar certo”, salienta, acrescentando que a mudança vai acontecer pela revitalização da Praça Honorato a partir da rua coberta – Ernesto Alves – entre a Sete de Setembro e Saldanha Marinho.
No entanto, a secretária não revelou se o novo camelódromo terá bancas (boxes) para cada camelô, se haverá banheiros, iluminação e cobertura. Também não é revelado se as bancas ficarão na calçada ou no interior da Praça Honorato.
Camelódromo
RUA COBERTA X CAMELÔS
Não é de agora que a Praça Honorato Santos necessita de uma repaginada. Iluminação, lixeiras, bancos e uma poda geral nas árvores, além de banheiros limpos e adequados são carências atuais. A construção da rua coberta é a primeira etapa, conforme promessa da Prefeitura. A obra está em andamento, mas de forma lenta.
Segundo a secretária de Planejamento, está previsto no projeto instalação da rua coberta uma praça de alimentação e outros atrativos. Além disso, informou que dois trailers que estão localizados ao lado do camelódromo também serão deslocados para outro ponto da Praça Honorato.
A construção da rua coberta se estende desde a metade de abril e não tem data para ser construída. A estrutura já foi instalada, mas falta ser resolvida a questão da rede hidráulica e elétrica. A obra tem um custo de R$ 633 mil, recurso oriundo de uma emenda parlamentar do deputado Afondo Hann. A empresa responsável é a Michels Incorporadora (DM) de Cachoeira do Sul. Agora Prefeitura corre atrás do complemento da rua coberta, porque o valor conseguido não cobre todo o projeto. Não foi revelada a estimativa do recurso necessário, mas no mínimo mais R$ 600 mil serão necessários.
A rua coberta se caracteriza pela construção de pilares pré-fabricados em concreto, com estrutura de cobertura e telhas metálicas. Os pilares possuirão 4,70 metros ao lado dos camelôs e 3,60 metros ao lado da Praça Honorato, ficando dispostos com espaçamento de 5,30 metros entre cada vão, cobrindo uma extensão de 14,80 metros. A obra terá um total de 1.078,90 metros quadrados.
A obra engloba também instalações de esgoto pluvial (calhas e tubulações), estrutura decorativa em madeira ao entorno dos pilares, pintura da estrutura metálica, construção de calçadas em concreto polido, piso tátil e iluminação na área construída.