Caixa eleva juros do crédito imobiliário

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Caixa eleva juros do crédito imobiliário
ECONOMIA
9 de janeiro de 2025 - Caixa afirma que reajuste dos juros para compra de imóveis ocorre pela pressão do aumento da taxa Selic / Foto: Divulgação

A Caixa Econômica Federal reajustou as taxas de juros para financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A mudança, que entrou em vigor no dia 2 de janeiro, é resultado das recentes altas da Taxa Selic e da saída significativa de recursos da caderneta de poupança.

Os juros para a linha de crédito atrelada à Taxa Referencial (TR) subiram para TR mais 10,99% a 12% ao ano, ante os 8,99% a 9,99% que vigoravam até o final de 2024. Já nas modalidades corrigidas pela poupança, as taxas agora variam entre a remuneração da caderneta mais 4,12% a 5,06% ao ano, acima dos 3,1% a 3,99% praticados anteriormente.

Em nota, a Caixa justificou o aumento com base em fatores de mercado e conjuntura econômica. “A definição das taxas de juros do banco se baseia na análise da associação de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito”, destacou o comunicado.O reajuste afeta apenas os financiamentos vinculados ao SBPE, que atendem à classe média e utilizam recursos da caderneta de poupança. As linhas de crédito do programa Minha Casa, Minha Vida, voltadas para famílias com renda de até R$ 8 mil e imóveis de até R$ 350 mil, permanecem com as taxas inalteradas.

Mudanças recentes e contexto econômico

Este é o segundo ajuste em dois meses nas condições de crédito imobiliário da Caixa. Em novembro, o banco já havia aumentado o percentual mínimo de entrada de 20% para 30% e introduzido modalidades indexadas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), cujas taxas são influenciadas pela Selic.

O aperto no crédito habitacional reflete tanto o aumento da Taxa Selic, que subiu de 10,5% para 12,25% desde setembro, quanto a escassez de recursos no mercado imobiliário. A caderneta de poupança registrou saques líquidos consecutivos ao longo de 2024, com retiradas líquidas de R$ 6,3 bilhões apenas em outubro.

Além disso, mudanças nas Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovadas no início de 2024, e o crescimento da demanda por linhas de crédito da Caixa, diante do aumento das taxas em bancos privados, também contribuíram para a maior restrição no setor.