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Cachoeirense é condenado a mais de 30 anos de prisão por matar ex-companheira

Em julgamento realizado nesta quinta-feira, um cachoeirense foi condenado a mais de três décadas de reclusão por um crime que chocou a região. Servo Tomé da Rosa, 70 anos, confessou ter matado Heide Juçara Priebe, de 63 anos, no dia 8 de julho de 2022. A víitma foi baleada enquanto caminhava pela Travessa Tenente Barbosa, no centro de Santa Cruz do Sul, por volta das 17 horas. Heide faleceu no Hospital Santa Cruz. O cachoeirense manteve um relacionamento com a vítima e acabou preso.

A pena ficou em 32 anos e dois meses de reclusão; 11 meses e 20 dias de detenção; e 30 dias de multa.

O julgamento considerou ainda imagens de um vídeo que flagrou o crime. Confira as cenas:

O júri foi composto por três mulheres e quatro homens. Já o Ministério Público foi representado pelo promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos. As advogadas Nicole Garske Weber e Franciele Cristina Stadtlober atuaram como assistentes de acusação. A defesa do acusado ficou a cargo da Defensoria Pública.

O cachoeirense foi o responsável pelos tiros a queima-roupa que matou a sua ex-companheira. Na época do crime, Rosa detinha a titularidade de um imóvel no loteamento Habitar Brasil do Bairro Promorar, na zona norte de Cachoeira, mas havia se mudado para Santa Cruz após o início do relacionamento com a servidora pública, a quem mataria por inconformismo com o fim do relacionamento que durou três anos.

Fórum de Santa Cruz do Sul / Crédito: Fórum

De acordo com a acusação, Rosa premeditou por meses o assassinato e seguiu Heide até efetuar dois disparos de revólver. Os tiros foram efetuados contra a cabeça e um braço de Heide, que morreu horas depois, à noite, no Hospital Santa Cruz, porque um dos projéteis perfurou o seu pulmão. O crime foi gravado por testemunhas.

Neide trabalhava no setor de regulação de leitos hospitalares da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde de Santa Cruz do Sul. No dia em que foi morta, saiu do trabalho por volta das 17 horas para buscar a neta, de 12 anos, na Escola Goiás. O ataque aconteceu quando ela deixou a 13ª CRS saindo pela Rua Júlio de Castilhos para entrar no seu Ford KA na travessa onde foi assassinada pelo cachoeirense.

A neta ficou sabendo que a avó estava internada no Hospital Santa Cruz quando já era noite, no momento em que a mãe foi buscá-la na escola. Heide não resistiu e faleceu por volta das 22 horas.

Caderno com a premeditação do crime foi apreendido pela Polícia / Crédito: Reprodução

Solitário, discreto e premeditador

Assim que deu os tiros na ex-companheira, Rosa tentou tirar a própria vida com um tiro contra o próprio peito. O cachoeirense ainda tentou efetuar um segundo disparo, contra o pescoço, mas não conseguiu. Foi encontrado caído na calçada, consciente, dizendo que havia feito “a maior bobagem” de sua vida.

O homem foi preso em flagrante pela Brigada Militar e internado sob custódia da Polícia Civil no Hospital Santa Cruz. Após receber alta, foi ouvido pela Polícia Civil na segunda-feira seguinte, dia 11.

Discreto, morava no mesmo condomínio com Heide. Trabalhador da construção civil, abriu uma microempresa para atuar legalmente no setor, a qual foi fechada em janeiro de 2022. Em Cachoeira do Sul, também tinha uma vida discreta. Rosa tem parentes em Pelotas, no sul do Estado.

PREMEDITAÇÃO ANOTADA EM CADERNO

Durante o julgamento, uma das provas apresentadas foi colhida no período de investigação pela Polícia Civil. No imóvel onde o cachoeirense morava, em Santa Cruz do Sul, foi encontrado um caderno que servia como um diário em que ele anotava sua rotina e manifestava intenção de acabar com a vida de Heide. Rosa escreveu orientações para familiares, colocou dados de extratos bancários e senhas, além de falar sobre o término do relacionamento e os dias que antecederam a morte da mulher.

O caderno foi uma das peças que mais chamou atenção durante o julgamento desta quinta-feira, em Santa Cruz do Sul. Além disso, mensagens de WhatsApp trocadas entre o cachoeirense e a vítima nos dias que antecederam o femicídio também evidenciam ameaças feitas pelo cachoeirense contra a ex-companheira.

Heide: assassinada com um tiro à queima-roupa quando ia buscar a neta na escola / Crédito: Reprodução

 

Mensagens de WhatsApp são outra prova de que Tomé ameaçava a vítima / Crédito: Reprodução

Homem que matou ex-companheira em Santa Cruz é de Cachoeira

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