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Cachoeira tem 1.300 moradias em área de risco

No Bairro Bom Retiro, perigo constante. Foto: OC .

A Superintendência da Defesa Civil de Cachoeira do Sul tem um estudo que aponta a existência de 1.300 moradias localizadas em 11 áreas de risco na cidade. Ao todo, são estimadas cerca de 5 mil pessoas que estão com suas casas na beira de sangas, arroios e também em locais em risco de deslizamento de terra.

Os locais mapeados pela Defesa Civil estão localizados nos bairros Santo Antônio, Ponche Verde, Tibiriçá, Cristo Rei, Bom Retiro, Barcelos, Marina, Marques Ribeiro, Carvalho, Universitário e Noêmia.

Uma das regiões que mais preocupa está situada às margens de uma sanga nos bairros Tibiriçá e Universitário, na zona norte da cidade. “Nestes locais, as moradias ou estão dentro da sanga ou nas suas margens”, disse o superintendente da Defesa Civil Edson Júnior, acrescentando que em caso de chuva forte, a área tem atenção total. Nas margens do Arroio Amorim, na zona leste, na chamada de Ilha do Amor, há risco de desabamento de casas em caso de inundação forte.

Outro local que também está em constante observação é o Beco dos Trilhos, no Bairro Santo Antônio, onde na área onde antigamente passava a rede férrea, as casas foram construídas abaixo do nível das ruas. Isto significa exposição às enxurradas.

ATENÇÃO

Um grupo de famílias que mora às margens do Arroio Amorim, no Bairro Bom Retiro, convive com a erosão batendo à porte de suas moradias todos os dias. A comunidade da Ilha do Amor, por exemplo, se desespera a cada chuva porque sabe que a força da enxurrada – que estás prestes a mudar o curso do Amorim – causa estragos e leva por diante entulho e um monte de lixo. O drama das famílias se estende há mais de 15 anos.

A travessia para as moradias é feita sob uma passarela com algumas tábuas. Homens, mulheres e crianças se arriscam para chegar em suas casas porque correm o risco de cair de um barranco de quase cinco metros de altura. Quando surgiram as primeiras casinhas, o contexto era outro, mas com o passar do tempo o local ficou perigoso tanto que algumas famílias já abandonaram a Ilha do Amor.

A maioria das casas foi construída em uma área de risco e, como não houve, fiscalização o perigo é constante. A inundação do Amorim já carregou postes de iluminação, canalização de água e deixou um amontoado de pneus, madeira, plástico e muita sujeira.

A Ilha do Amor é uma área situada entre o Bairro Bom Retiro e o Loteamento Germanos. O período mais crítico é o inverno, quando chove mais e os alagamentos estão por todo o lado. A Defesa Civil de Cachoeira do Sul monitora a área há algum tempo e trabalha para a retirada das famílias. Só que se uma família sai, vem outra se instala imediatamente. Enquanto isto, a curto prazo não haverá mais passagens para a Ilha do Amor, porque as pinguelas de madeiras não resistiram ao desmoronamento do barranco do Amorim.

MAIS PERIGO

Apesar da dificuldade de moradia, as famílias têm energia e água potável. A situação de perigo não é fato constatado somente da Ilha do Amor, porque toda a margem do Arroio Amorim, entre os bairros Bom Retiro e Barcelos, está cheia de casas. Algumas foram construídas em área de risco e muitas foram danificadas pela inundação. O final da Rua General Portinho é um exemplo. O local possui casas há poucos metros do Amorim onde a umidade é constante e não existe nenhum tipo de infraestrutura.

CRISTO REI

Já a área do Bairro Cristo Rei, proximidades do Rio Jacuí, tem monitoramento constante. Sempre o Jacuí sobe um grupo de famílias precisa ser retirada de suas casas. Por isto, a Defesa Civil mantém contato direto com quem residente no bairro no sentido de sempre orientar do perigo constante.

 

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