Semeadura do arroz na Porteira Sete: trabalho antecipado dos produtores vai garantir maior parte da área de intenção de plantio implantada dentro do período recomendado / Foto: Pinto Kochenborger/Divulgação
Levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) aponta que Cachoeira do Sul já está com 56% da área de cultivo do cereal semeada para a safra 2021/2022. O percentual equivale a 14.331 hectares dos 25.582 hectares previstos pela intenção de plantio levantada pela autarquia junto ao setor produtivo.
De acordo com o coordenador regional do Irga na Depressão Central do Estado, engenheiro agrônomo Pedro Trevisan Hamann, o clima seco dos últimos dias favoreceu essa acelerada no ritmo de implantação das lavouras. “O plantio está andando bem. O clima mais seco dos últimos dias tem favorecido os trabalhos de semeadura”, destaca Hamann.
Embora o clima seco esteja favorecendo o plantio das lavouras, o produtor precisa estar atento aos prognósticos climáticos para a safra 2021/2022. A tendência para o período é de predominância do fenômeno La Niña, com chuvas abaixo da média principalmente para o mês de novembro.
Segundo o agrônomo Pedro Hamann, caso se confirme, esse cenário pode ser desfavorável para a emergência das plantas e à fase inicial de manejo da lavoura, principalmente para a eficiência dos herbicidas. “Esse período mais inicial do cultivo requer chuvas de menor intensidade, mas regulares, para que a planta possa emergir e o manejo da lavoura poder ser feito de modo mais eficiente”, frisa o coordenador do Irga.
PERÍODO RECOMENDADO
Por outro lado, segundo o Irga, a aceleração do plantio da maior parte da área prevista até o dia 10 novembro é favorável para melhores resultados em produtividade. A implantação antecipada garante à planta a possibilidade de maior absorção da irradiação solar na fase reprodutiva, entre dezembro e janeiro, que é quando ocorrem os períodos de maior luminosidade do sol para fotossíntese.
Custo de produção é fator de preocupação para o setor produtivo
O aumento dos custos de produção e a retração do preço do arroz em casca trazem preocupação ao setor produtivo nesse período de entrada de safra. Estudos do Irga indicam que atualmente os produtores vêm absorvendo um aumento ao redor de 51% nos insumos de implantação, como herbicidas, óleo diesel, sementes, entre outros. Os preços dos fertilizantes, por exemplo, subiram mais de 100% em comparação com a safra passada.
Somando-se a isso, outro ponto que pesa contra o produtor é pressão que vem sendo exercida sobre o preço da saca de 50 quilos do arroz em casca. Atualmente, o arroz tipo 1 (58% de grãos inteiros) está cotado a R$ 67,00 nas praças do Rio Grande do Sul.
Para se ter uma ideia da dimensão da desvalorização do produto, em meados desse ano a saca chegou a valer R$ 110,00, uma depreciação que agora chega a pouco mais de 39%.