Cachoeira do Sul sedia luta por valorização salarial e pelo IPE Saúde

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Cachoeira do Sul sedia luta por valorização salarial e pelo IPE Saúde
EDUCAÇÃO
2 de junho de 2023 - WhatsApp-Image-2023-06-01-at-09.30.46-1

O CPERS e a Frente dos Servidores Públicos (FSP) seguem alertando a sociedade sobre os prejuízos da reforma do IPE Saúde, proposta por Eduardo Leite (PSDB), e defendendo melhorias no salário. Nesta quinta-feira (1º), foi a vez de Cachoeira do Sul, Sant’Ana do Livramento e Santa Cruz do Sul entrarem na rota da luta.

O projeto do governo de reformulação deve ser votado em breve pelos deputados na Assembleia Legislativa.

Para divulgar de bater a pauta, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, acompanhada da diretora, Sonia Solange Viana, e da diretora do 4° Núcleo, Dina Marilu Almeida, participeram de entrevista na Rádio Fandango, destacando uma plenária em Cachoeira do Sul, na tarde desta sexta-feira, junto ao Auditório do Sicredi. “Estamos muito mobilizados e preparados para fazer a luta por reposição salarial e impedir a aprovação desse projeto”, enfarizou a presidente Helenir.

De acordo com a entidade, os descontos mensais dos beneficiários do IPE Saúde sofrerão um aumento significativo, representando uma ameaça iminente ao orçamento das famílias mais vulneráveis, que dependem desse serviço essencial para sobreviver.

“O congelamento salarial é o cerne do problema, levando à crise financeira que assola o Instituto. É imperativo que o governo estabeleça um diálogo franco com os trabalhadores para discutir uma revisão justa dos salários, considerando a inflação atual”, frisou o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, em plenária que mobilizou a Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul.

Do CPERS, além de Alex, participaram da plenária, em Santa Cruz do Sul, as diretoras Carla Cassais e Juçara Borges, acompanhadas da diretora do 18º Núcleo, Cira Kaufmann.

A atividade também teve representações do Sindicaixa, Ugeirm, Afocefe, Sindpenn, Sindijus, entre outros.

Já em Sant’Ana do Livramento, a diretora do CPERS e representante do Sindicato no Conselho de Administração do IPE Saúde, Vera Lessês, fez uma análise técnica do PL que reestrutura o IPE Saúde e destacou que o projeto ataca diretamente os servidores que recebem menos.

“A proposta do governo é excludente, pois, retira dos baixos salários e beneficia os altos salários. O governo está retirando o princípio da solidariedade do IPE Saúde, que diz que os altos salários ajudam a custear os valores dos baixos salários”, observou Vera.

“Estamos juntos com a Frente dos Servidores Públicos realizando plenárias nos quatro cantos do Estado para mobilizar o funcionalismo público. Para que no dia da votação na Assembleia Legislativa o nosso ato seja grande e forte”, sinalizou a diretora do CPERS, Sandra Régio.

A plenária em Sant’Ana do Livramento também contou com a participação da diretora do 23° Núcleo, Adriana de Leon dos Santos, além do representante da Ugeirm, Comissário Ferreira, e outros dirigentes de entidades que integram a FSP.

O que diz o CPERS para defender a valorização salarial e o IPE Saúde

1) Ao todo, 1 milhão de gaúchos, o equivalente a 10% da população, estariam privados do acesso à assistência médica e hospitalar fornecida pelo IPE Saúde. Os novos custos tornarão essa situação insustentável.

2) A crescente situação poderá levar um número expressivo de servidores a migrarem para o já sobrecarregado SUS. Isso comprova que a desestruturação do Instituto afeta negativamente toda a sociedade, amplificando os problemas no sistema de saúde.

3) De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), categorias, inclusive a educação, sofrem com perdas salariais de 57,33%.

4) Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que Eduardo Leite (PSDB) teria excluído o total de 25 mil funcionários de escola do reajuste, enquanto recebem um salário base de apenas R$ 657,97. Esses educadores representam a maioria, ou seja, 90% dos servidores públicos nessa condição.

5) Para a direção do CPERS, o governador deixou quase 10 mil aposentados sem a paridade e outros servidores sem qualquer aumento sequer. É revoltante constatar que há recursos disponíveis, visto que o superávit orçamentário, as isenções fiscais bilionárias e os reajustes astronômicos dos salários mais altos são prova clara de que é possível e viável agir, desde que haja vontade política.

6) Segundo a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul (Cage), o governo acumula uma dívida de R$ 356,6 milhões em precatórios e RPV retidos pelo IPE Saúde. Fica evidente que a crise atual foi intencionalmente criada pelas gestões anteriores.

7) A proposta de reforma de Eduardo Leite (PSDB), na opinião dos dirigentes da entidade, seria uma forma de abrir as portas para a gradual privatização do IPE Saúde, prejudicando a qualidade e o acesso aos serviços do instituto para os educadores e demais servidores.