Cachoeira do Sul é uma das regiões imediatas que estão no Programa Nacional dos Comitês de Cultura, instituído pela Portaria Ministerial nº 64/2023, do Ministério da Cultura em parceria com Institutos Federais em todo país, através da Agente Territorial de Cultura, a produtora cultural Náthaly Weber, selecionada no Edital FAIFSul n° 045 de 2024. Compõe a região os municípios de Novo Cabrais, Cerro Branco e Paraíso do Sul.
Cumprindo agenda na Câmara de Vereadores – apresentação na Tribuna Popular da sessão desta segunda-feira (24) na Câmara de Vereadores – e com o prefeito Leandro Balardin e a secretária municipal de Cultura Dariely Gonçalves -, a agente realiza a confirmação das primeiras ações em Cachoeira do Sul.
Os comitês têm por objetivo ampliar o acesso às políticas públicas de cultura, buscando fortalecer a participação popular e cidadã no âmbito das políticas culturais e do Sistema Nacional de Cultura (SNC). Uma das estratégias de implementação do programa é através de agentes territoriais de Cultura que recebem formação teórica em cursos oferecidos pelos Institutos Federais e desenvolvem ações culturais em suas regiões imediatas.
A formação visa capacitar os agentes para realizar um mapeamento cultural em seus territórios e fortalecer as ações culturais já desenvolvidas, a partir dos princípios da educação popular, do combate a todas as formas de discriminação e da valorização da diversidade cultural, étnico-racial e regional. O objetivo é articular a economia da cultura e as cadeias produtivas locais, em ações que serão desenvolvidas.
No caso de Cachoeira do Sul, o mapeamento também contribuirá para a gestão municipal iniciar seu Sistema Municipal de Informações e Indicadores Culturais, previsto no Sistema Municipal de Cultura que é fundamental para construir as políticas culturais locais e o plano municipal de cultura de acordo com a sua realidade, para que possa também planejar os recursos necessários para o fomento e como diz na lei do sistema municipal de cultura “para conhecimento da diversidade cultural local e transparência dos investimentos públicos no setor cultural”.
Um agente territorial de Cultura é capaz de identificar e valorizar os saberes locais e articular estratégias de mobilização e organização comunitária, em parceria com os agentes culturais, a gestão municipal e o conselho de política cultural dos municípios. Além disso, pode elaborar e direcionar projetos que visem acessar recursos públicos para a promoção da cultura, tanto em níveis locais quanto nacionais, estaduais ou municipais, garantindo, assim, a viabilidade econômica das iniciativas culturais populares.
No plano de ação cultural proposto da agente territorial de Cultura, estão previstas, entre outras ações, a realização de fórum itinerante de cultura viva, abordando a Política Nacional Cultura Viva – que trata principalmente dos pontos e pontões de Cultura -, e o Fórum itinerante de cultura nas escolas – para palestras e debates sobre direito à cultura, diversidade cultural, acessibilidade cultural, democratização da cultura e das políticas culturais. Além disso, também serão realizados eventos de integração, mobilização e celebração à cultura produzida em Cachoeira do Sul e nas demais cidades da região.
Sobre a agente territorial de Cultura
Náthaly Weber é maranhense graduada em Relações Públicas, dançante e oficineira da manifestação popular afro maranhense Tambor de Crioula, produtora cultural há mais de 15 anos no Rio Grande do Sul.
Desde 2008, realiza oficinas e atividades em escolas públicas no Mês da Consciência Negra. Entre 2009 e 2011 atuou na área social coordenando projetos em escolas públicas, eventos culturais e esportivos e na comunicação estadual da Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul (CUFA RS).
Ainda em 2009 foi coordenadora de eixo e indicada como delegada estadual da Conferência Municipal de Cultura. É especialista na Gestão da Responsabilidade Social, pela FIJO (PUC/RS), Pós-graduada em Fundamentos e Práticas de Comunicação e Política pela Escola de Governo e Unisinos e Administração Pública da Cultura pela UFRGS/Minc.
Entre 2011 e 2014 trabalhou na Secretaria de Comunicação do Governo do Estado em Porto Alegre onde iniciou seu trabalho independente com a produtora Saia Rodada Comunicação e produção Cultural, realizando eventos próprios e também atendendo projetos e artistas independentes em Porto Alegre, com assessoria de comunicação, elaboração de projetos e produção executiva de shows e eventos.
Em 2017, retornou para Cachoeira do Sul, atuando com sua empresa e uma equipe de parceiras, prioritariamente mulheres, prestando serviços para o setor cultural local e na capital, Porto Alegre. É a idealizadora e produtora do projeto Sarau da Memória, assentado no documentário “se não me falha a memória”, que desenvolve, desde 2019, atividades de formação para professores e programação cultural, chegando ao Cortejo de Quicumbis realizado em 2022, finalista, ao Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo IPHAN, em 2023.
Produtora cultural voluntária da Associação Cachoeirense de Culturas Populares e Tradicionais Rainha Ginga, em 2023, a agente esteve à frente das mobilizações da sociedade civil pela Lei Paulo Gustavo em Cachoeira do Sul em articulação com o comitê estadual, fazendo busca ativa nas comunidades indígenas e quilombolas e foi novamente coordenadora de eixo da Conferência Municipal de Cultura.
Em 2024, assumiu como conselheira suplente no Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeira do Sul, indicada pela Associação Rainha Ginga.
